1 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: democracia sem vigor econômico, falta de uma forte liderança política na Índia, trabalho do Manmohan Singh
Nos tempos atuais, todos os países têm os seus problemas, pois sem um crescimento vigoroso da economia mundial não se conta mais com o vento de cauda que poderia ajudar os diversos países. The Economist, com sua posição liberal, dedica a edição desta semana para uma análise mais profunda dos problemas dos indianos. Afirma que com Mahtma Gandhi e Jawaharial Nehru, a Índia conquistou a sua independência e regime democrático, mas manteve para a sua bilionária população um crescimento econômico muito modesto. Sem contar com um regime autoritário ou fortes líderes religiosos, está numa fase de mudanças, mas que exigem reformas que não estão sendo feitas, mesmo depois que Manmohan Singh, então ministro das finanças, começou liberalizar a sua economia.
A revista considera que Manmohan Singh, ainda que um bom economista, não é um grande líder político capaz de fazer com que os políticos indianos efetuem as reformas necessárias. O governo continuou detendo diversos setores, mantendo regulamentações que não foram capazes de estimular fortemente investimentos externos, ao mesmo tempo em que alguns grandes grupos locais cresceram, sem beneficiar a massa dos trabalhadores, persistindo a corrupção. Os serviços, como de saúde e educação, não conseguiram melhorar, e o atual crescimento voltou a ser novamente modesto.
Manmohan Singh
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1 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: defesa do meio rural, entrevista da Ana Amélia para Eu & Fim de Semana, jornalista de elevado gabarito, renovação política brasileira, suplemento do Valor Econômico
Conheci Ana Amélia como jornalista, muito interessada em assuntos relacionados com o agrobusiness e o relacionamento do Brasil com a Ásia, e tive o privilégio de ser entrevistado por ela em diversas ocasiões, quando mostrava sua competência e simpatia. Agora, ela desponta tardiamente, em minha opinião particular, sendo reconhecida com uma política capaz de conversar com os mais variados segmentos políticos, ainda que mantendo suas convicções. A entrevista que concedeu para Paulo Totti, publicado no suplemento Eu & Fim de Semana, do Valor Econômico, reflete parte de sua importância no cenário nacional.
Ela pertence ao PP – Partido Progressista, mas faz questão de mostrar que o do seu Estado, o Rio Grande do Sul, nada tem em comum com o de São Paulo. Nascida no meio rural, hoje é uma das mais competentes defendendo alguns aspectos importantes da chamada Bancada Ruralista, sem suas posições extremadas. Com sua competência, conseguiu os avanços do novo Código Florestal, dentro do acordo possível entre o governo e a oposição.
Senadora Ana Amélia
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1 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análise cuidadosa, extenso artigo de Kátia Mello no Eu & Fim de Semana, suplemento do Valor Econômico
Para quem nasceu quando a família morava no bairro da Liberdade e acompanhou a sua longa evolução, o cuidadoso artigo de Kátia Mello, publicado no suplemento do jornal Valor Econômico, Eu e Fim de Semana, além de ser motivo de orgulho, pode certificar que decorre de um levantamento cuidadoso, que revela a sua complexidade. O bairro, que hoje pode ser considerado oriental, teve uma predominância inicial de japoneses, mas atualmente os proprietários dos principais estabelecimentos comerciais são chineses, com alguma participação dos coreanos.
Os imigrantes japoneses começaram a ocupar o bairro a partir da rua Conde Sarzedas, que perdeu a sua importância desde o período em que os japoneses foram removidos para outros bairros durante a Segunda Guerra Mundial. O atual centro é na praça onde se situa a estação do metrô, no início da rua Galvão Bueno. Ainda que muito frequentada por descendentes e japoneses e brasileiros em geral interessados em produtos orientais, as principais lojas são de propriedade de chineses de várias regiões, muitos de Taiwan. Mas como todos são originários do Extremo Oriente, os ocidentais têm dificuldades de fazer as distinções, que estão ficando mais difíceis mesmo entre os orientais, pois muitos hábitos estão se tornando globalizados.
Ano Novo chinês e a festa japonesa Hanamatsuri, que celebra o nascimentode Buda
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28 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: ambiente retro Tokyo 1920, inovações de Shin Koike, localização no Itaim Bibi, Sakugura A1
Shin Koike é um consagrado chef da gastronomia japonesa contemporânea que sempre procura inovar o que já existe no Brasil, trazendo orientações como as que estão se propagando atualmente no Japão. Ele já se consagrou com outros estabelecimentos, como o Aizomê e o Rangetsu, além de supervisionar a cozinha do Consulado Geral do Japão, e inaugura agora o Sakugura A1, criando em São Paulo um ambiente retrô, inspirado em Tóquio em torno de 1920, quando a elite japonesa procurava assimilar os novos conhecimentos provenientes da Europa, passando a uma fase moderna incorporado com os hábitos mais avançados que existiam na época no mundo, notadamente do ponto de vista cultural.
Com um cardápio ampliado e atualizado, utiliza componentes disponíveis no Brasil, dando uma leitura atualizada das iguarias que têm raízes centenárias para aqueles que desejam passar horas agradáveis na companhia de amigos. Tendo por enquanto dois pavimentos, acompanha a tendência que predomina na região do Itaim Bibi, na Capital paulista, para refeições mais descontraídas, tanto no horário do almoço como para depois do trabalho normal, acompanhadas das bebidas compatibilizadas.
Shin Koike: iguarias servidas em ambiente retrô
Além de parte de sua equipe já treinada dentro de sua orientação, ele trouxe de Sapporo, no Norte do Japão, um novo chef com especial habilidade no preparo de sushis e sashimis, como se prepara atualmente naquele país. Contando com um extenso balcão, como é costume entre os japoneses, verifica-se que existem hábitos um pouco diferenciados entre os clientes locais, que utilizam tais espaços de forma mais descontraída, para verem e serem vistos.
As acomodações são maiores que os usuais nos restaurantes de culinária japonesa no Brasil, dispondo de mesas em quantidade. A ampla variedade do cardápio proporciona oportunidade para que os clientes experimentem também outras iguarias da culinária japonesa, que não são usuais até mesmo entre os que se acostumaram a apreciá-la.
Os cuidados tomados foram tanto que até as vestimentas dos que atuam no salão não são os mais usuais e conhecidos. Ajudam a proporcionar o adequado clima retrô, verificando-se que nas instalações foram utilizadas pinturas como madeiras antigas, que ajudam a lembrar o que já ocorria há um século ainda na onda da belle époque, quando se intensificou o intercâmbio cultural do Japão com a Europa.
Para os que desejarem usufruir de todo este ambiente, bem como da sua rica gastronomia disponível, pode-se acessar: www.sakaguraa1.com.br
27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Nikkei, aumento dos meios de pagamento, guerra cambial, menção as críticas do ministro Guido Mantega
Um artigo publicado no jornal econômico Nikkei reconhece o que foi denunciado pela presidente Dilma Rousseff no seu discurso na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, e repetidas vezes pelo ministro Guido Mantega como uma “guerra cambial”, está ocorrendo, com crescentes pressões para maiores “Competitive Easing”, diante da valorização do iene perante o dólar norte-americano. Aliás, o artigo faz menção direta ao ministro Guido Mantega sobre o “currency war”.
Todos sabem que os Estados Unidos, desde o episódio da quebra do Lehman Brothers em 2008, vêm provocando o “quantitative easing”, também conhecido por alguns como “monetary easing”, que nada mais é que o aumento dos meios de pagamentos, facilitando o aumento dos empréstimos dos bancos. Acontece que isto acaba provocando um aumento do fluxo de recursos para economias consideradas seguras, como a brasileira, provocando a valorização de suas moedas, fazendo com que os seus produtos fiquem com menor capacidade de competição no mercado internacional. Dificultam as exportações e aumentam as importações e os gastos de turismo no exterior.
Gráfico publicado no Jornal Nikkei
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27 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: correção das distorções, custo dos cartões de crédito, queda de juros, Valor Econômico abordando temas importantes
Mesmo com as resistências dos bancos, as pressões oficiais estão provocando uma paulatina queda de alguns dos juros mais escorchantes. Os que incidiam sobre os saldos negativos dos cartões de crédito, segundo muitos artigos publicados pela imprensa brasileira, como o Valor Econômico, começam a apresentar quedas significativas, pois eram exageradas, mesmo considerando todos os riscos envolvidos. Começando com os bancos oficiais, foram se estendendo para os principais bancos privados, que procuram manter suas receitas com a criação de novos encargos pelos serviços de outras naturezas.
Artigos de Cristiano Romero, Felipe Marques, Carolina Mandi, Natalia Virie e Marina Falcão, todos do Valor Econômico, procuram descrever o que está acontecendo sobre diversas facetas. Assim, informam que as empresas de varejo podem ser prejudicadas, pois estavam parcelando muitas das suas vendas “sem juros”, quando na realidade os consumidores que pagavam à vista não obtinham os descontos dos custos financeiros embutidos, e os bancos davam retaguarda a estas empresas para contarem com recursos para estas vendas parceladas.
Sede do Banco Central do Brasil em Brasília
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26 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dificuldades da Guerra, diversos artigos na imprensa internacional, enfoques pragmáticos, soluções não convencionais | 8 Comentários »
Muitos artigos publicados pela imprensa internacional sobre as questões atuais entre a China e o Japão, que teria origem na disputa das ilhas Senkaku/Diaoyu, tendem a colocar que o assunto deverá ser resolvido diante do volume dos interesses econômicos envolvidos. Um publicado no Financial Times, de autoria de Peter Tasker, analista residente em Tóquio, faz um paralelo com o problema que a Inglaterra teve com a Argentina na guerra Folkland/Malvinas, mas parece que os atuais problemas são mais profundos do que aquelas divergências que resultaram em conflitos armados.
Outro artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que uma reunião efetuada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Koichiro Gemba, para tratar da atual situação, com sua contrapartida chinesa, ministro Yang Jiechi, em paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, foi tensa e não apresentou nenhum avanço no sentido de reduzir os problemas que estão ocorrendo atualmente. A China rejeitou frontalmente a posição japonesam que alega a sua soberania sobre as ilhas, da mesma forma que os chineses também não pretendem discutir a respeito da violação sobre o que consideram da sua soberania.
Koichiro Gemba Yang Jiechi
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25 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista de capa do The President, uma entrevista longa com franqueza, uma personalidade franca
Raras vezes numa entrevista, uma personalidade como Chieko Aoki consegue transmitir tanto de si, com uma franqueza comovente. Ela foi feita por Silvana Assumpção e Jaqueline Couto para a revista The President, e consta de sua edição 09, de junho/julho de 2012, ocupando quase 20 páginas, de finíssima impressão. Quem a conhece há muito tempo, bem como o seu marido John Aoki, hoje afetado por um violento derrame não tendo condições de trabalhar, descobre novas e fascinantes facetas dela na sua leitura, que enriquece a todos.
Conheci antes John Aoki que tinha sido um alto funcionário do Ministério de Finanças do Japão, onde somente os melhores preparados têm condições de ingressar. Numa visita do ministro Delfim Netto, então da Fazenda do Brasil, ao ministro Takeo Fukuda, ainda ministro das Finanças e depois primeiro-ministro do Japão, ele confessou: “Estou bem informado sobre o Brasil, pois o Aoki aqui presente, hoje um importante empresário que tem investimentos no Brasil, me mantém informado sobre o seu país”.
A entrevista revela desde quando Chieko era criança e veio com os seus pais para o Brasil, com ricos detalhes. Como estudou com afinco na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, enquanto trabalhava como secretária. Quando a rede Caesar Park foi criada por John Aoki no Brasil, em parceria com sócios brasileiros, Chieko foi lá trabalhar com ele que seu tornou o seu esposo. Ele já comandava um grande grupo, a Aoki Incorporation, em substituição ao seu pai, que ampliou internacionalmente suas atividades hoteleiras. Tive o privilégio de manter diversos contatos no Brasil e no Japão com este magnífico casal.
Chieko Aoki, segundo a entrevista, teve oportunidade de conhecer o que havia de melhor em hotelaria no mundo, comandando, a partir dos Estados Unidos, uma rede como a Westin, que se distribuía pelo mundo, com os hotéis mais expressivos, como o tradicional Algonquin, de Nova Iorque, Century Plaza, em Los Angeles, e o Beverly Wilshire, entre os mais conhecidos, todos pertencentes à Aoki Corporation.
Ela conta com detalhes o que aprendeu de melhor da hotelaria conhecida no mundo. Bem como as dificuldades na economia japonesa e a doença do marido que a levou ficar com a atual rede Blue Tree. Mas Chieko é uma lutadora que vê somente para frente, tendo novos projetos.
Muitos lances de criatividade, aproveitando ideias simples, sempre dando o seu toque pessoal de elegância e simpatia, utilizando a flexibilidade apreendida no Brasil. Sua preocupação com todas as necessidades dos seus hóspedes, bem com as preocupações com detalhes de forma que seus funcionários incorporem suas ideias de forma permanente.
Informa sobre muitas orientações que adota como regras, mas que necessitam ser atualizadas de tempos em tempos. Foi na prática que ela aprendeu alguns inconvenientes, como também as que deram origem a inovações que hoje são adotadas por outras redes hoteleiras.
Ela, que hoje é reconhecida como uma importante líder empresarial, informa o que pensa do papel que desempenha, bem como as potencialidades da hotelaria no Brasil, onde as atenções pessoais com seus hóspedes são importantes.
Ela já hospedou altas personalidades, como o atual Casal Imperial do Japão, mais de uma vez, mostrando que eles são pessoas simples que desejam, na intimidade, fugir das exigências dos rígidos protocolos japoneses.
A leitura completa desta reveladora entrevista seria extremamente útil para todos. Não consegui a sua localização pela internet, e somente alguns privilegiados poderão ter acesso à edição do segundo aniversário da revista The President.
25 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a coluna de Delfim Netto, experiência de Stanley Fischer, Valor Econômico, visões diferentes
Na sua coluna semanal no Valor Econômico, o professor Antonio Delfim Netto faz uma análise da invejável carreira do economista Stanley Fischer, que na vida acadêmica, no FMI – Fundo Monetário Internacional, num banco privado e depois como presidente do Banco Central de Israel acumulou uma excepcional experiência com visões de muitos e diferentes ângulos. Isto permite que ele faça comentários evidenciando que muitos analistas, ainda que bem aparelhados, não conseguem compreender adequadamente todos os constrangimentos a que estão sujeitos os que formulam a política econômica em qualquer país.
O artigo informa, ainda que num economês nem sempre acessível, que Stanley Fischer “depois de mostrar que um sistema de metas de inflação relativamente ‘flexível’, no qual o banco central usa cuidadosa política monetária que leva em conta seus efeitos sobre o nível de atividade para decidir se a velocidade de retorno à meta é capaz de produzir o resultado esperado de estabilizar a expectativa de inflação no longo prazo”, resume, com base na sua longa experiência, os problemas em quatro itens: 1) o de um único instrumento com dois objetivos; 2) o “trade off” nulo no longo prazo entre inflação e crescimento que toma a mesma forma no curto prazo; 3) da taxa de câmbio para as pequenas economias abertas e; 4) dos preços dos ativos, da estabilidade financeira e da supervisão macroprudencial.
Delfim Netto Stanley Fischer
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24 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: complexidade dos problemas políticos na China, entendimento de algumas das dificuldades, entrevista de Chen Guangcheng para o Financial Times
Como é do conhecimento de muitos, Chen Guangcheng sofreu perseguições na China pela sua atuação, mesmo cego, a favor daqueles que eram injustiçados no seu país. Conseguiu um período para estudos nos Estados Unidos, mas não pode ser definido como um dissidente clássico, pois ele deseja retornar ao seu país, procurando colaborar no processo de crescente aplicação do que já está previsto na legislação chinesa. Ele foi entrevistado em Nova Iorque por Jamil Anderlini, que é o chefe do escritório do Financial Times em Beijing.
Mesmo cego e não tendo uma formação completa em Direito, ele conseguiu um conhecimento suficiente da legislação chinesa para defender os pontos de vistas dos injustiçados no seu país. Sua atuação, que não pode ser considerado como de dissidente, procura a defesa de alguns que são prejudicados, ainda que seus direitos estejam previstos na legislação do país, mesmo a Constituição. Este tipo de situação onde na Carta Magna estão expressas as aspirações, nem sempre implementadas, é comum em diversos países. Diante dos constrangimentos que lhes eram impostos, como é sabido, Chen Guangcheng promoveu uma fuga, quando se feriu nos pés, e diante da repercussão do caso, acabou autorizado pelas autoridades chinesas a efetuar um curso na Universidade de Nova Iorque.
Chen Guangcheng e Jamil Anderlini
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