16 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: conclusões indispensáveis, preparação mínima, reuniões de cúpula com retrocessos
Todos os jornais estão noticiando que a 6ª Cúpula das Américas realizada em Cartagena, na Colômbia, reunindo os presidentes de 30 países das Américas, inclusive Barack Obama, dos Estados Unidos, e Dilma Rousseff, do Brasil, foi um fracasso, não se conseguindo sequer um acordo sobre um comunicado conjunto. Dois tópicos parecem ter sido os que não unificaram as posições dos participantes, a participação de Cuba nas próximas reuniões do grupo que vêm sendo realizadas desde 1994 e a menção de Folkland/Malvinas em solidariedade às pretensões da Argentina.
Na ânsia de aumentar a presença mundial de países que ganharam importância internacional nos últimos anos, vêm se repetindo reuniões de cúpula sem o adequado preparado de um mínimo de base consensual. Sem a apresentação de alguns resultados objetivos, o recomendável é que estas reuniões não se repitam como parece que está sendo cogitado no caso da Cúpula das Américas. Os mais experientes sabem que costuma haver uma minuta de decisões mínimas preparadas antecipadamente pelos diplomatas dos principais países participantes, que acabam recebendo somente um reforço dos dirigentes máximos.
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16 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos refletem parte dos problemas, batalha da opinião pública, dificuldades operacionais
Quando se observam os artigos como os publicados por Michael Smith no Bloomberg Markets Maganize e Daniela Chiaretti e André Borges no Valor Econômico sobre as usinas hidroelétricas na Amazônia, notadamente Belo Monte, constata-se que as autoridades brasileiras estão perdendo, no mínimo, na batalha das comunicações sociais. As pessoas mais ponderadas sabem que não existe um desenvolvimento com a concordância plena de toda a opinião pública, e sempre as autoridades acabam sendo colocadas como vilãs nas duras decisões tomadas, considerando as vantagens e os seus custos, que sempre existem. Mas parece que é indispensável que as autoridades apresentem todos os balanços necessários, procurando minimizar as naturais resistências que devem encontrar.
As desvantagens acabam sendo agigantadas quando existem problemas naturais de execução dos projetos ao que se somam ineficiências na consideração das dificuldades que podem ser geradas, dentro da nova consciência da opinião pública sobre os valores da preservação ambiental. Dificilmente, houve avanços em toda a história da humanidade onde os interesses de grupos não foram afetados. Atualmente, as simpatias da opinião pública se voltam para alternativas, como se eles também não tivessem seus custos sociais, pois até a cana de açúcar e seus derivados não estão isentos dos lançamentos de carbonos.
Locais que serão afetados pela construção de Belo Monte e que são motivos de polêmicas
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13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a questão do spread bancário, ampliação dos financiamentos, cartão de crédito, tarifas bancárias | 1 Comentário »
O atual tom da discussão entre o governo e o sistema financeiro brasileiro certamente não está beneficiando ninguém, principalmente com as notícias veiculadas na imprensa dando a impressão de conversas de bicudos. Que os juros estão elevados no Brasil todos concordam, inclusive elevando a inadimplência, mas uma forma mais elegante para promover a sua baixa poderia ser adotada. O governo não teve a habilidade, para muitos, na preparação das condições para tanto, com entendimentos prévios com os principais responsáveis pelo sistema financeiro privado, como já ocorreu no passado. Os mesmos resultados poderiam ser obtidos, pois imaginar que o setor financeiro privado pode enfrentar as autoridades não parece ser a coisa mais inteligente. Todos, na economia brasileira, acabariam sendo prejudicados, sem ganho para ninguém.
É de se acreditar que o sistema financeiro brasileiro nunca teve a pretensão de manter-se intocável, com o poder de provocar um desastre mundial como o que ocorreu em 2008 com o papel preponderante dos bancos internacionais. Sendo privado, sempre estará pensando na máxima rentabilidade possível e já promoveu uma elevação substancial do custo dos seus serviços, e certamente não imagina que poderá continuar com esta posição privilegiada, provocando prejuízo relativo para todos os demais setores da economia, inclusive o segmento público.
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13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento dos produtos genéricos, mudanças no mercado de medicamentos no Japão, produções vindas do exterior
Não faz muitos anos que vêm ocorrendo mudanças no mercado japonês de medicamentos. No passado, os médicos que atendiam nos hospitais prescreviam medicamentos para os seus pacientes que eram fornecidos no próprio hospital, na quantidade exata da prescrição. Depois, começaram a ser vendidos em farmácias localizadas nas proximidades das residências japonesas. Agora, o jornal Nikkei informa que está havendo um aumento substancial do uso de medicamentos genéricos, muitos produzidos no exterior.
A partir de 1º de abril último, os médicos que prescreverem medicamentos de marca precisam escrever também todas as alternativas genéricas existentes. Os genéricos respondiam por 23,6% no final de 2011, mas existem previsões que devem se elevar nos próximos anos. As indústrias farmacêuticas estão se ajustando para atender a nova demanda japonesa.
Farmácias no Japão
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13 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: fenômeno generalizado, onda coreana no Japão, relações entre japoneses e coreanos
Muitos ocidentais imaginam que persistem problemas decorrentes das relações entre o Japão e a Coreia antes e durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, um editorial publicado pelo conservador jornal econômico japonês Nikkei, de autoria de Motohiro Ikeda, pode surpreender pela mudança que está ocorrendo entre estes dois países. Os filmes coreanos, as novelas transmitidas pela televisão japonesa e os grupos musicais coreanos que fazem sucesso no Japão mostram que a Coreia está exportando parte de sua cultura para os japoneses, que antes somente era conhecido por marcas como a Samsung ou Hyundai.
Está ocorrendo uma verdadeira “onda coreana” que está desafiando as previsões críticas que se observavam há apenas uma década, quando esta tendência começou, e que era identificada como uma moda de pequena duração. Atualmente, as ofertas de entretenimentos coreanos estão gerando impressionantes resultados econômicos no Japão.
Pratos da culinária coreana que vêm fazendo sucesso no Japão
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12 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: agiotagem na China, cifras astronômicas, muitos condenados à morte por operações ilegais, necessidade de torná-las oficiais
Todos os números que envolvem a China são astronômicos, e a Bloomberg publica um artigo de Jun Luo, de Xangai, e Yidi Zhao, de Beijing, com a editoria de Peter Hirschberg, citando cifras inacreditáveis de operações dos agiotas, pois suas ações não estão regulamentadas. Ren Xianfang, economista da IHS Global Insight, de Beijing, estima que os chamados “Shadow Banks” estariam com empréstimos e investimentos da ordem de US$ 1,3 trilhão, que corresponde ao déficit do governo dos Estados Unidos em 2011. Ou, segundo Yao Wei, economista do Societé Generale, somando-se as “trust companies” ligadas aos bancos, o total chegaria a US$ 2,4 trilhões, quase o endividamento das famílias norte-americanas.
Este assunto vem sendo discutido na imprensa e pelas autoridades chinesas, pois existem muitos condenados à morte pelas práticas ilegais, tendo o primeiro-ministro Wen Jiabao comentando o tema numa entrevista à imprensa em 14 de março último. Segundo ele, as empresas chinesas, especialmente as pequenas, necessitam destes fundos, e é preciso efetuar os financiamentos privados de forma regulamentada. Segundo a Bloomberg, o caso que se tornou mais conhecido foi a condenação à morte de Wu Ying, de 28 anos, conhecida como a “Rich Sister”, que foi considerada culpada por tomar dos investidores US$ 55,7 milhões sem pagar de volta. Ela não é a primeira, não se sabendo ao certo quantos estão condenados, o que vem sendo veiculado pela Xinhua News Agency e pelo People’s Daily, que são oficiais do governo chinês. Também nos altos organismos do Partido Comunista da China, estes assuntos estão sendo discutidos, com alguns entendendo que a condenação à morte não é a sua solução.
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10 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: Folha de S.Paulo destaca livro lançado por Eliana Zagui, memória escrita com a boca, paciente há 36 anos na UTI, paralisia infantil | 4 Comentários »
Existem casos que emocionam a todos, até os mais insensíveis. O lançamento do livro da Eliana Zagui, 38 anos, 36 anos vividos numa UTI do Hospital das Clínicas por causa de uma paralisia infantil, é certamente um caso único. “Pulmão de Aço”, lançamento da editora Belaletra, foi escrita com a boca, pois seus braços e as mãos não funcionam. O assunto mereceu um destaque na primeira página da Folha de S.Paulo, e uma página inteira escrita pela Claudia Colluci, homenageada pela excepcional autora. No site da editora há uma possibilidade de aquisição do livro pela internet (já encomendei o meu).
Nesta condição extremamente adversa, Eliana Zagui, segundo o artigo publicado, fala no seu livro de suas angústias e diz esperar que ele ajude “aqueles que não querem nada com a vida”. Na UTI, ajudada na respiração por aparelhos, ela se formou no curso do ensino médio, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história de arte e tornou-se pintora. A pólio havia paralisado completamente o diafragma e a deglutição. Das 5.789 crianças vítimas da pólio entre 1950 ao final da década dos 70, somente ela e Paulo Machado, hoje com 43 anos, conseguiram sobreviver. “Nós nos apegávamos um ao outro, como numa grande família. Era a única maneira de suportar aquilo tudo”, lembrou Eliana à Folha de S.Paulo.
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9 de abril de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: auge do hanami em Tóquio, cerejeiras do Tidal Basin-Washington-DC, peônias de Luoyang-China, primavera no hemisfério norte
“… sentir a alegria de Maio,… do esplendor na relva, da glória na flor…” (Intimations of Immortality, William Wordsworth, 1770-1850).
Há exatamente um ano, quando a presidente Dilma Rousseff chegava a Beijing em sua primeira viagem ao exterior depois de eleita, a China era uma explosão de primavera com mil festivais de flores acontecendo pelo país. Começando esta semana, Xangai promove o seu Festival da Cerejeira atraindo milhares de pessoas para o hanami pelas ruas e parques da cidade, enquanto em Luoyang, província de Henan, o tradicional Festival da Peônia deverá seguir maio adentro.
Se flor da cerejeira cativa chineses, peônia é a flor mítica que simboliza o país, apreciada nos jardins e parques, cultuada na fitoterapia, nas artes e na literatura. Luoyang, às margens do Rio Amarelo, requintada capital nos tempos da dinastia Song (960-1279), é reputada pela quantidade e beleza de suas peônias, das mais diversas variedades. Entre abril e maio, a cidade vive e respira o perfume e o colorido das peônias que vai do branco e rosa ao amarelo e vermelho vivo.
Peônias de Luoyang; cerejeiras em frente a Tokyo Sky Tree; Flores de cerejeira em Tidal Basin – Washington DC; Michelle Obama planta árvore de cerejeira. Para ver a matéria da NHK sobre cerejeiras, é só clicar neste endereço: Friendship Blossoms
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a chegada da primavera, novas esperanças para os japoneses, num ano que se tornou especial
Todos os povos que contam com as estações de ano claramente demarcadas sempre saúdam a primavera depois de um longo e rigoroso inverno. Para a cultura japonesa, as floradas das cerejeiras sempre foram acontecimentos importantes, mas parece que os desastres que sofreram no ano passado dão um sentido mais forte para este ano. Renovam-se as esperanças e, em Tóquio, as atenções se voltam mais fortemente nas margens do rio Sumida, com a construção do Sky Tree. Todos os jornais japoneses destacam que, além dos pontos tradicionais da festa do “hanami” (apreciação das flores), os arredores do bairro de Asakusa ganharam novo impulso, inclusive com as iluminações noturnas das cerejeiras em flor.
No fim de semana passado, houve uma grande movimentação da população japonesa para os locais que apresentam as melhores concentrações de cerejeiras. Sua florada é breve, dura o máximo de uma semana, apesar de haver algumas variedades diferentes de cerejeiras. No ano passado, a população se sentiu constrangida pelos desastres e não havia um clima para comemorações, deixando um vazio na alma dos japoneses. Para um povo que vem repetindo estas festas desde a Segunda Guerra Mundial, fazendo parte da sua forma de ser, a lacuna causou um impacto no seu estado de espírito.
Cerejeiras em flor com com a Sky Tree ao fundo
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9 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: benefícios para os produtos como distribuidores, computação nas nuvens na agricultura, informações além do mercado e dos individuais
Aqueles que imaginam que a agricultura de hoje ainda continua com tecnologias tradicionais podem estar enganados. Um artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei informa que até a agricultura japonesa está mudando, deixando de ser feita pelos idosos, mas incorporando jovens com elevada tecnologia. A NEC está oferecendo tablets que são utilizados não somente para controle dos custos e das previsões de safra, mas para fornecer aos distribuidores as informações das próximas safras de legumes e outros produtos agrícolas, mesmo com as variações do clima. Os produtores de commodities agrícolas do Brasil estão ligados com as cotações do mercado de Chicago, sabendo exatamente as opções entre a produção de soja ou milho, por exemplo.
Desde janeiro de 2011, as empresas agrícolas do Japão já utilizam estes sistemas de computação nas nuvens, tanto para a avaliação dos fertilizantes e outros insumos a serem utilizados como para o andamento de sua produção, tendo informações de outros produtores. Ao mesmo tempo, uma cadeia de lojas de conveniência como a Lawson, utiliza estas informações para as suas programações de compras. Tanto produtores como distribuidores acabam sendo beneficiados, não somente com os dados da sua produção como de outros produtores.
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