Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Acordo Tripartite Japão-Brasil-Moçambique

11 de março de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: acordo anunciado, cerrados, cinturão verde, tecnologia agrícola

O Japão, por intermédio do JICA – Japan International Cooperation Agency, vem dando elevada importância para o intercâmbio com a África. Quando se trata dos países de língua portuguesa, como Moçambique, solicita a participação do Brasil, que dispõe de mão de obra qualificada para tanto. O Brasil está oficialmente envolvido por intermédio do ABC – Agência Brasileira de Cooperação, do Itamaraty.

Acabou de ser anunciado em Tóquio que o acordo tripartite do Japão, Brasil e Moçambique acaba de ser formalizado, para ajudar aquele país africano no desenvolvimento de sua agricultura.

O agrônomo Isidoro Yamanaka, que costuma acompanhar estes projetos, informa que se trata de dois projetos. Um ao Norte daquele país, que possui uma área semelhante ao cerrado brasileiro, onde é possível a plantação de cereais, como se fez no Brasil. Outro, visa melhorar o abastecimento de Maputo, capital de Moçambique, criando uma espécie de cinturão verde na região.

A experiência dos imigrantes japoneses e seus descendentes no Brasil propiciaram importantes contribuições para o desenvolvimento agrícola nacional, que continua abastecendo o país e produzindo excedentes para a exportação.

Com a ajuda de alguns recursos oficiais japoneses, este acordo tripartite tem condições de tornar aquele país africano algo semelhante com o Brasil, contribuindo para a redução da fome naquele continente, como ajudando suprir todo o mundo. Permite, também, colocar equipamentos brasileiros naquele país.

Será uma grande oportunidade para os jovens brasileiros dispostos a aceitarem desafios, pois muitos profissionais serão necessários e falando português, além de outros idiomas locais, e poderão desenvolver um grande trabalho.

Lembraria somente que o maior empresário privado em Angola, país de fala a língua portuguesa, é um nikkei brasileiro de São Paulo, tendo acumulado uma fortuna muito superior ao de qualquer membro da comunidade aqui no Brasil. Possui hoje atividades em Hong Kong, Miami, Lisboa, Brasil, numa dimensão pouco imaginável neste país, envolvendo centenas e centenas de milhões de dólares, só de lucros anuais.

Mas é preciso ser dotado de um espírito empreendedor, disposto a enfrentar desafios que não são pequenos.