Aumento da Integração da China na Economia Mundial
9 de julho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: crescente integração, problemas cambiais, transparência, uso do mercado financeiro chinês
Em que pesem as posição de muitos operadores mundiais com a falta de transparência em vários aspectos vitais para as atividades empresariais, deve-se constatar que o pragmatismo dos empresários acabam cedendo às seduções chinesas. Agora noticiam-se que algumas empresas internacionais cogitam utilizar as bolsas chinesas para parte de suas operações.
Todos procuravam tirar partido do baixo custo da mão de obra da China, que paulatinamente começa a subir. Outros procuravam vender para os crescentes consumidores chineses, até de produtos de alto luxo. Mas agora muitos admitem, ainda que haja falta de transparência e estabilidade das complexas regulamentações, as vantagens que podem ser obtidas na China compensam eventuais riscos.
Um setor que começa a atrair os grupos internacionais é a capacidade de levantar recursos no mercado chinês, além dos seus financiamentos e aplicações das gigantescas reservas internacionais daquele país. Tecnologias já disponíveis, a elevada capacitação de parte de sua mão de obra e os altos investimentos que os chineses fazem no exterior, até para assegurar o seu abastecimento, atraem novos interesses.
Muitas empresas no exterior estão sendo adquiridas pelos chineses e elas conseguem elevar as exportações para a China, onde, como em qualquer economia, os relacionamentos enraizados nos vários escalões, tanto do setor privado como público, são importantes. Até as reivindicações de aumento da transparência parecem que estão sendo paulatinamente atendidas. O fato que sempre fica claro é que os interesses chineses são prioritários, e seus relacionamentos com o exterior só ocorrem na medida em que os seus benefícios locais sejam expressivos.
Deve-se admitir que os complexos relacionamentos internos que existem, tanto nas grandes organizações estatais como seus relacionamentos com as entidades governamentais, exigem o envolvimento de chineses que tanto dominam os idiomas, como os hábitos culturais daquele milenar país.
Como os chineses e seus descendentes estão presentes em todo o mundo, eles estão servindo de ponte para este crescente processo de integração, o que nem sempre acontece com outros povos. Na realidade, a China continua atuando como uma verdadeira “Corporation”, onde não se diferencia muito que é privado do que é público.
Com o peso que eles passaram a ter na economia mundial, nada mais natural que muitos tenham que se adaptar a esta realidade, fazendo com que a influência das autoridades acabe desempenhando um papel mais estratégico do que os modelos mais liberais que vinham sendo adotados no mundo, antes das recentes crises.