ASEAN Dinâmico Como a China e a Índia
6 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: crescimento acelerado no Sudeste Asiático, outro pólo além da China e Índia
Os dados estatísticos disponíveis vêm demonstrando que o bloco dos países do Sudeste Asiático, conhecido como ASEAN, constituem um pólo dinâmico como a China e a Índia. Além de serem agressivos no mercado internacional, contam com um mercado interno em expansão, merecendo a atenção da mídia internacional. O Banco de Desenvolvimento da Ásia estima, num relatório deste mês de julho, que em 2010 este bloco deve crescer 7,9%, mais que anteriormente previsto, tendência que é compartilhada pelo FMI. As estimativas para a China e Índia indicam ligeira desaceleração.
Tendo como pólo financeiro Cingapura, o ASEAN conta hoje com a participação da Tailândia, Filipinas, Malásia, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja como membros efetivos, e como observadores Papua-Nova Guiné e Timor Leste. Alguns países são populosos como a Indonésia e outros pequenos, mas ricos como o Brunei. O bloco vem estabelecendo importantes acordos de livre comércio com outras potências asiáticas.
A cidade país Cingapura simboliza este vigor, sendo que o crescimento chega a atingir 12 a 15%, talvez o mais elevado do mundo. A Indonésia, pais populoso, registrou um grande crescimento de suas exportações, de 44,8% sobre o ano anterior, com base no petróleo, que já mostrava um declínio. O mesmo aconteceu com gás e outros produtos. Tailândia também apresentou um crescimento das suas exportações no começo deste ano, algo superior a 40%, com produtos industrializados, que estão sendo afetados pela recente crise política. Filipinas também supera os 40% em muitos meses.
A expansão do mercado interno no ASEAN supera o da China e da Índia, como nos veículos. O mesmo acontece com eletrodomésticos, ar condicionados, televisões. Eles não foram tão rápidos como a China na superação da crise financeira mundial, mas seus crescimentos estão ocorrendo com uma pequena defasagem.
O aumento dos investimentos estrangeiros em plantas industriais novas sugere que não se trata somente de uma recuperação da crise. Os acordos de livre comércio, o aumento dos custos da mão de obra, e o início da valorização do Yuan parecem estar deslocando empresas para a região.
Cingapura, por exemplo, mostra que a transferência de indianos para aquele país cidade aumentou substancialmente, mostrando que a desaceleração chinesa e indiana pode beneficiar os países do ASEAN.
Todas estas tendências devem ser observadas atentamente pelos países emergentes, como da América do Sul.
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