Intercâmbio Bilateral Japão – China
29 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: aumento do intercâmbio, problemas, segunda e terceira economias | 1 Comentário »
Como é natural entre duas grandes economias asiáticas, houve uma reunião com francas trocas de opiniões entre as delegações do Japão e da China, que culminou com a entrevista do premiê chinês Wen Jinbao com o ministro dos Negócios Estrangeiros japonês Katsuya Okada. Apesar de constatarem que intercâmbio bilateral voltou a se recuperar, superando as cifras anteriores da recente crise mundial, alguns aspectos cruciais acabaram sendo tratados.
O premiê chinês expressou que os problemas das greves dos trabalhadores japoneses nas empresas japonesas devem ser resolvidos com as elevações dos salários que estavam congelados há cerca de dois anos. Algumas empresas japonesas já estão cogitando do aumento de suas unidades produtivas em outros países asiáticos, pois os salários chineses estão subindo naturalmente com o seu ritmo do desenvolvimento.
Entre os problemas complexos, os japoneses levantam a questão das restrições chinesas para a exportação de produtos que contêm minerais raros, importantes para algumas indústrias como a eletrônica avançada. Sabe-se que poucos países dispõem destes minérios, inclusive o Brasil. A China vai continuar mantendo suas reservas para atender as suas necessidades, e os japoneses terão que procurar outras fontes, sempre difíceis, pois todos pretendem industrializá-los localmente.
Assuntos importantes como a geração de energia sem danos ambientais, segurança dos alimentos e protecionismo foram discutidos, pois o volume do intercâmbio bilateral é hoje o mais importante entre países do mundo, superando os efetuados com os Estados Unidos, tanto da parte da China como do Japão.
São naturais que as vantagens recíprocas sejam importantes, e ambas as economias estão se integrando mais acentuadamente. Mas muitos dos interesses de ambos os países apresentam diferenças, e vão evoluindo com alguns pontos de atrito, que precisam ser acomodados.
As diversificações estão ocorrendo, pois ambos os países não podem concentrar seus interesses somente num dos parceiros, mas as dimensões do mercado chinês continuam atraindo mais empresas japonesas, ao mesmo tempo em que a China tem o evidente interesse que sua população atinja os padrões de bem-estar dos japoneses, mesmo com a sua recente estagnação.
A continuidade do desenvolvimento destes dois países terá grande importância para a Ásia como um todo, bem como para o restante do mundo, interessando a todos, ainda que sejamos concorrentes em muitos setores. Hoje, já não existe o mito da complementaridade, pois o comércio internacional continua mais ativo em setores onde ambos os parceiros possuem indústrias que concorrem entre si.
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