Sentimentos Recíprocos entre Japoneses e Chineses
16 de agosto de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Integração | Tags: chineses mais abertos, japoneses mais conservadores, pesquisa sobre sentimentos recíprocos
Como efeitos das guerras passadas, na Ásia ainda restam resquícios de restrições, como entre chineses e japoneses, que vão se reduzindo muito lentamente em função da maior integração econômica que ocorre na região. Uma pesquisa recente efetuada pelo jornal China Daily, junto com a ONG japonesa Genron, fornece informações importantes que mostram que os chineses estão melhorando o sentimento com relação aos japoneses, quando comparado a recíproca.
Mas todos consideram que o intercâmbio com os Estados Unidos continua mais importante que entre a China e o Japão.
As pesquisas indicam que os chineses que consideram o Japão bom ou ruim quase se igualam, enquanto mais da metade dos japoneses ainda tendem a considerar a China ruim. Cerca de 70% dos chineses consideram as relações entre os dois países boas, enquanto cerca de metade dos japoneses assim as consideram.
Os chineses tendem a ver mais o futuro que o passado, e os japoneses são mais conservadores. A pesquisa que é efetuada anualmente pela primeira vez não destaca o “massacre de Nanjing”, que passou a destacar os “equipamentos eletrônicos” como o tópico mais importante.
Analistas que comentaram as pesquisas mostram que os intercâmbios entre os dois países e a melhoria nos meios de comunicação estão exercendo um papel importante nas mudanças de opiniões, notadamente entre os mais jovens.
Mas os dados mostram que existem grandes diferenças que necessitam ser superadas, que só podem ser transpostas com mais conhecimentos recíprocos e “in loco”, pois os preconceitos deixados ao longo da história e pelas propagandas nacionalistas ainda deixam fortes resquícios. E existem fatos que deixaram marcas profundas, que costumam ser lembrados de tempos em tempos, ainda que muitas desculpas formais tenham sido apresentadas pelos japoneses.
O que se pode notar é que os chineses são mais pragmáticos e, possivelmente por terem passado por outras adversidades, os seus interesses econômicos e comerciais acabam superando, para muitos, eventuais dificuldades decorrentes de conflitos bélicos. De qualquer forma, são aspectos que não podem ser ignorados.