Nippon Steel Visa Expansão nos Países Emergentes
27 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: Brasil, China e Índia, equipes de projetos nos países emergentes, parceira da Usiminas
A Nippon Steel que já foi a maior siderúrgica do mundo e hoje está bastante reduzida em importância, mas detém altas tecnologias, anunciou a sua decisão de estabelecer equipes de projetos em países emergentes, citando especificamente o Brasil, a Índia e a China. No Brasil, ela participa da Usiminas há muitas décadas; na Índia, prepara-se para criar uma joint venture com a Tata Steel; e na China, com a Baosteel, todas empresas de reconhecida qualidade mundial. Ela já vem fornecendo equipamentos e tecnologias, não sendo novidade a sua atuação internacional.
Cada equipe terá cerca de 40 pessoas, vindas dos departamentos de gerenciamento, vendas, construção de plantas, controle de qualidade e tecnologia, e trabalhará em conexão com seus associados para desenvolver novos negócios, segundo noticiou o jornal japonês Nikkei.
A Nippon Steel vinha dependendo crescentemente do mercado externo, que representa hoje cerca de 40% do seu valor de venda. Como o mercado dos países emergentes, principalmente das indústrias automobilísticas, está crescendo rapidamente, estas medidas passaram a ser urgentes.
No Brasil, a equipe que trabalhará com a Usiminas será encabeçada pelo vice-presidente encarregado de Tecnologia, Keisuke Kuroki, que pelo seu elevado nível hierárquico mostra a determinação da Nippon Steel com relação a este projeto. Devem desenvolver negócios conjuntos locais com participação no capital.
Sua ligação com o Brasil é extremamente profunda, pois liderava as siderurgias japonesas nos grandes negócios conjuntos com a Vale, tanto para a exportação dos minérios de Minas Gerais pelo porto de Tubarão como de Carajás, pelo porto de Itaqui. Também forneceu equipamentos e tecnologias para as principais usinas brasileiras, sendo reconhecida pela sua alta qualificação.
Quando foi criada a Usiminas, deu toda a assistência possível, participando inicialmente de 40% do seu capital, mantendo uma grande equipe para a implantação de sua unidade industrial, inclusive as atividades de apoio à população, como a criação de um hospital. Transferiu parte da cultura empresarial japonesa para os brasileiros. Sua participação de capital veio se reduzindo, e quando a Usiminas decidiu ampliar suas atividades, inclusive com a aquisição da Cosipa, a Nippon Steel voltou a aumentar a sua participação no seu capital.
Ela proporcionou este tipo de assistência a muitos outros países que hoje ganharam melhores condições de concorrência que as atividades industriais no Japão, como na Coreia e na China. Dada a abundância de minérios no Brasil, bem como sua estabilidade econômica e política, espera-se que esta decisão da Nippon Steel represente uma nova e importante etapa no intercâmbio bilateral entre os dois países, como já foi no passado.