Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Nova Política Empresarial dos Japoneses

7 de setembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: atividades no exterior, contatos com os consumidores, economias emergentes, lições da crise

Quando a economia japonesa sofre uma estagnação no seu mercado interno, e com a sua moeda extremamente valorizada não consegue se manter competitiva nas suas exportações, suas empresas necessitam incrementar as atividades no exterior para continuar sobrevivendo. E a necessidade é sempre a mãe de muitas mudanças de comportamento. De uma atitude de produzirem bens de qualidade e solicitarem aos consumidores mundiais a comprá-los, caminham para atender as necessidades dos mesmos, inclusive de assistência técnica de pós-venda.

O jornal econômico japonês Nikkei noticia que empresas como a Komatsu, produtora de equipamentos pesados para a construção e mineração, ampliam suas instalações no Panamá, visando assistir a potenciais consumidores da América Central e do Sul, principalmente nas economias emergentes. Teriam uma central de informações e depósito de componentes para uma assistência técnica mais eficiente.

komatsu

Centro de Apoio ao Cliente da Komatsu em Hiratsuka, Kanagawa, coleta informações sobre o funcionamento de máquinas de construção que a empresa já vendeu em todo o mundo

A Panasonic, importante no mercado mundial de equipamentos eletrônicos, parece adaptar na Índia a sua rede de revendedores familiares com que já contou no passado no Japão. Seria um modelo para ser utilizado em economias emergentes. Como alvos, pensa na Turquia e no Sudeste Asiático. Para concorrer com seus rivais norte-americanos, coreanos e europeus, que estão sendo beneficiados pela desvalorização de suas moedas, necessita incrementar suas relações diretas com os consumidores, junto aos quais contam com a imagem dos seus produtos.

A Ajinomoto já atua em mais de 100 países, usando um modelo desenvolvido nas Filipinas, com visitas frequentes dos seus vendedores aos pontos de venda finais, em de utilizar grandes atacadistas como alguns dos seus concorrentes internacionais. Apresenta sugestões para a exposição de seus produtos e ensina como orientar os consumidores a utilizarem seus ingredientes na culinária local.

Os japoneses esperam que estes contatos mais próximos dos consumidores ajudem a alavancar suas vendas externas, contando com muitas unidades de produção no exterior.