Água de Coco: Bom Para o Corpo e Para a Natureza
4 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Saúde | Tags: água rica em sais minerais, fibras substituem xaxim, reflexões ecológicas
Ideal para os dias quentes, a água de coco é preferência nacional. Matéria publicada na Folha de S.Paulo, pelo jornalista Mauro Zafalon, relata que pesquisa recente mostra o consumo de água de coco como um dos que mais crescem no país: 18% ao ano, a bebida manufaturada, com continuidade de crescimento em franca ascensão.
Por ter baixo índice de calorias (22 cal por 100 ml), nutricionistas recomendam seu consumo entre as refeições, quando bate aquela “fominha”, para se manter satisfeito de forma saudável. Além de deliciosa e refrescante, contém sais minerais e nutrientes: magnésio, potássio, sódio moderadamente, cálcio, vitamina C. Funciona, portanto, como isotônico natural, bom para repor líquidos e minerais perdidos pela transpiração durante malhações e prática de exercícios físicos. Como possui composição semelhante ao plasma sanguíneo, pode substituir o soro fisiológico para abrandar efeitos de diarréia, como riscos de desidratação. Ajuda a equilibrar a circulação do sangue, regulando o nível de sódio e água no corpo, prevenindo assim cãibras e fraqueza muscular. É diurético eficiente, eliminando o excesso de água no organismo sem interferir no nível de potássio. E é muito bem tolerado por pessoas que sentem enjoos, como na gravidez e nos tratamentos de quimioterapia.
Segundo Mauro Zafalon, o consumo nacional de água de coco é estimado em 350 milhões de litros por ano, sendo 300 milhões “in natura”. Seu consumo cresce tanto no mercado interno como no externo. Popularizou-se nos Estados Unidos, alavancado pela declaração da popstar Madonna que a considerou bebida favorita para repor energias durante seus shows. No Brasil, é consumido de Norte a Sul, no inverno e no verão. Caminhando pela praia nas tardezinhas de feriadão, é fácil constatar o sem número de restos de coco verde consumidos: transbordando nas lixeiras, espalhados na areia, e boiando no vai-e-vem das ondas. Muitos caminhantes os recolhem, junto com garrafas pet, para colocá-los nas lixeiras.
Com a proibição do corte de pés de xaxim para uso como vasos e fibras na floricultura, fibras de coco (do fruto e do caule) estão sendo utilizadas, numa feliz iniciativa que contribui tanto para a preservação da biodiversidade como do ambiente. Mantenho alguns vasos de orquídeas, heranças de meu pai, no terraço do apartamento. Ao regá-las, as orquídeas plantadas em vasos com fibras de xaxim devidamente certificadas pelo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (e que são bastante caras), elas me sorriem saudáveis e felizes; todo ano retribuem com lindas flores. Outras, as plantadas em vasos com fibras feitas a partir de frutos de coco e caules de coqueiro, me parecem ressabiadas. Ainda que corretamente adubadas e acrescidas com musgos especiais, há anos em que elas recusam mesmo a florescer.
Acabrunhada, quando falo disto e de outras pautas correlatas, sempre há uma amiga ou outra que me olha de viés. E comenta, sem cerimônia, que eu só penso naquilo, uma “ecochata”. Que fazer?