Interpretações Sobre o Papel do Presidente Hu Jintao
19 de janeiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política | Tags: artigo do The New York Times, não atendimento das aspirações norte-americanas, pode ser uma linha política | 4 Comentários »
Inicialmente tenho que retificar o cargo do presidente Hu Jintao, que postei duas vezes como premiê neste site. Hoje, desejo discutir o importante artigo de David E. Sanger & Michael Wines, do The New York Times, certamente qualificados jornalistas, que foi reproduzido no O Estado de S.Paulo. Começa com um título provocativo: “Um líder chinês fraco e à mercê de um partido difuso”. Não seria o caso de indagar se ele não está desempenhando um papel que não agrada totalmente os norte-americanos junto com o seu Partido Comunista Chinês?
Na avaliação destes jornalistas, Hu Jintao teria menos liderança que seus antecessores. Segundo eles, os funcionários norte-americanos pressionaram os chineses para provocar a valorização do seu câmbio, o que foi feito de forma infinitesimal, como tinham se comprometido. Eles sempre alegaram que um câmbio desvalorizado era fundamental para continuar dando emprego à sua população.
Devid E. Sanger e Michael Wines, do The New York Times
Apontam que na recente reunião entre Hu Jintao e o secretário de Defesa Robert Gates, os americanos foram surpreendidos pelo teste do caça Steath, que deveria ser atribuído à falha do serviço de informação dos Estados Unidos. Que este armamento pode comprometer o equilíbrio de forças militares na Ásia, não se pode duvidar.
Ainda que as autoridades econômicas norte-americanas mantenham uma posição cautelosa diante do astronômico suporte que recebem dos chineses, nas suas manifestações sempre existem algumas pontadas de críticas. Afinal não é confortável estar na dependência de decisões externas, com os quais os Estados Unidos não estavam acostumados.
Sobre a alegação que o Partido Comunista não tem uma linha clara, sempre podem existir controvérsias. Muitos analistas entendem que seus quadros reúnem os mais qualificados profissionais, alguns com experiências externas. Os problemas relacionados com o comércio, o respeito às propriedades intelectuais, bem como os direitos humanos certamente ainda deixarão divergências apreciáveis. Mas que a China tem um plano de médio e longo prazo não se pode duvidar.
Alguns estudos já apontam que a China ultrapassou os Estados Unidos na produção de automóveis, de construção civil, na produção de cimento, na produção de aço etc. Dependendo dos dados utilizados, como o chamado PPP – Poder de Paridade de Compra, os chineses já podem estar à frente dos norte-americanos. Informa-se que os Estados Unidos devem formar cerca de 70.000 engenheiros neste ano, enquanto a China formará cerca de 900.000.
Realmente, a situação fica desconfortável, mas há que se encontrar uma forma de convivência dentre estas duas potências, inclusive para a tranquilidade do resto do mundo.
Sr. Paulo, qual a possibilidade da China aceitar um acordo tipo Plaza que os EUA enfiaram na goela do Japao em 85? A China ja sabe o que aconteceu com os japoneses depois. A decadencia do Japao comecou justamente nesse ano, concorda?
Caro Jose Comessu,
Entendo que esta possibilidade é proxima de zero. Naquela ocasião os Estados Unidos ainda tinham uma grande influência na comunidade internacional, o que não acontece mais hoje. Hoje eles estão fortemente endividados sendo seu maior credor a própria China. O Japão já enfrentada outras dificuldades como envelhecimento de sua população, e na sua defesa internacional dependia do “guarda-chuva” norte amerciana.
Paulo Yokota
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Dear Fabricio,
Thank you for the comments.
Paulo Yokota