Dificuldades de Globalização das Empresas Japonesas
14 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: dificuldades, o exemplo da Mitsui, os processos, os recursos humanos
Que há um esforço das empresas japonesas para adaptar a sua estratégia para o mundo globalizado, não se duvida. Mas o exemplo da Mitsu & Co. dá uma ideia das dificuldades para tanto, o que ficou claro na entrevista do seu managing office Hironobu Ishikawa para o jornal japonês Nikkei. Ele reconheceu que mais da metade dos ganhos de sua companhia ocorrem no exterior, e só agora preparam um plano de médio prazo para adaptar os seus recursos humanos para esta realidade. É possível que parte dos resultados no Japão também seja decorrente das atividades provenientes do exterior.
Na parte da entrevista publicada, Ishikawa informa que um dos objetivos de médio prazo do plano de negócios da Mitsui é a globalização dos seus recursos humanos. As mudanças na alocação dos recursos gerenciais estarão em linha com as mudanças no cenário dos negócios, e eles necessitam de um sistema flexível para tanto.
Hironobu Ishikawa
A Mitsui pretende modificar sua estratégia com relação aos seus recursos humanos até outubro de 2012. Visam facilitar a transferência de seu pessoal japonês para o exterior, como contratar pessoal do exterior para o Japão, independentemente da nacionalidade.
A Mitsui está lançando um programa nesta primavera japonesa para que funcionários do exterior estejam de três meses a um ano no Japão. E pretendem que seus funcionários japoneses se acostumem com o exterior enquanto jovens. Com relação aos empregados não japoneses, eles estão preparando um programa com a Harvard Business School. Além dos recém-formados no exterior, pretendem contratar alguns no meio de suas carreiras.
O ponto central é que os estrangeiros entendam a filosofia da Mitsui e estejam acostumados com as práticas e condições dos negócios no exterior. Eles estabeleceram cinco princípios nos valores da liderança, incluindo a atratividade humana, o toku, para inspirar o pessoal.
A Mitsui tinha uma velha orientação, fixada em 1928, que foi aperfeiçoada e acrescentada com novos itens. É desejável que esta nova política tenha sucesso, mas parece um pouco tardia, e parece necessitar de mudanças gerais no uso dos idiomas e dos processos decisórios, que são sempre diferenciados dos já utilizados nas organizações internacionais. O próprio conceito de carreira parece muito atenuado nas organizações globalizadas, pois nunca tiveram a tendência de serem para a vida toda.