Mudanças Efetivas no Suporte do JBIC
8 de fevereiro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia | Tags: concorrendo com outros asiáticos, mudanças no comportamento do JBIC, usinas atômicas e trens rápidos
Um interessante artigo de Michiyo Nakamoto, de Tóquio, acaba de ser publicado hoje no Financial Times, dando conta de uma mudança efetiva na atitude do governo japonês no suporte de empresas daquele país, a fim de concorrer com outros países asiáticos. Informa que Tadashi Maeda, do JBIC – Japan Bank for International Cooperation, efetuou uma longa viagem pelo exterior, de forma a tornar o Japan Incorporation competitivo na área dos trens rápidos até usinas atômicas.
O Japão ficou traumatizado quando perdeu para a Coreia a concorrência para construir usinas atômicas nos Emirados Árabes Unidos. É um setor onde conta com tecnologia competitiva e uma longa tradição das usinas mais seguras ao longo de muitos anos, controlando até a Westinghouse norte-americana que fornece para os Estados Unidos, por intermédio da Toshiba.
Hiroshi Watanabe, CEO da JBIC, declarou que perder para a Coreia provocou uma forte mudança no Japão. O governo japonês está dotando o JBIC com recursos japoneses e em moeda estrangeira para poder dar o adequado suporte para as empresas daquele país, tanto nas concorrências em países desenvolvidos como em desenvolvimento.
Notadamente nos projetos de infraestrutrura, como os trens rápidos e usinas atômicas. O governo toma os riscos destes projetos, enquanto o setor privado providencia os demais recursos. A longa experiência do JBIC está auxiliando o governo neste novo papel.
O JBIC está ajudando na identificação dos projetos estratégicos para as empresas japonesas, bem como negociando com as autoridades dos países estrangeiros, bem como produtores potenciais. Um caso recente é o de uma usina atômica na Turquia, onde a Toshiba está confiante que vai conseguir vencer a concorrência.
Existem muitos projetos brasileiros que podem merecer estas atenções, onde a JBIC já tem uma longa tradição, sendo uma das mais importantes financiadoras de projetos de infraestrutura como na área petrolífera e de gás. Seria interessante que se envolvesse também nos projetos atômicos, num entendimento adequado com outros produtores já estabelecidos no Brasil.
Com a nova atitude oficial do Japão, o intercâmbio bilateral com o Brasil poderia voltar aos seus períodos áureos, quando deram exemplos de projetos de grande relevância para o desenvolvimento mundial.