OSESP E SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA SE UNEM AO PROJETO ‘SOS JAPÃO’ PARA PROMOVER CONCERTO BENEFICENTE NA SALA SÃO PAULO
1 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Destaque | Tags: concerto beneficente, osesp, solidariedade | 14 Comentários »
A apresentação contará com a participação de músicos japoneses e nipodescendentes e com obras de Heitor Villa-Lobos, Toru Takemitsu e Yoshinao Nakada
Em uma iniciativa inédita, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e a Secretaria de Estado da Cultura se juntam a um grupo de entidades japonesas para uma ação que visa arrecadar fundos em prol das vítimas dos recentes desastres naturais que devastaram a região Nordeste do Japão.
O concerto realizado pela Osesp, na Sala São Paulo, acontecerá no dia 11 de abril, exatamente um mês após a tragédia, e abrirá as atividades da campanha SOS Japão, que conta ainda com dois jantares –um no Hotel Unique e outro no Palácio dos Bandeirantes- e demais atividades ainda a serem divulgadas. Todas as receitas geradas pelos eventos serão revertidas à causa.
A apresentação contará com artistas japoneses que fixaram residência no Brasil, como a maestrina Naomi Munakata e a soprano Eiko Senda; bem como de artistas nipodescendentes, caso do pianista Fernando Tomimura. A eles se juntam o maestro brasileiro Wagner Polistchuk.
O repertório terá início com o Réquiem, de Toru Takemitsu, obra inédita no Brasil, que será tocada pela Orquestra de Cordas da Osesp, sob regência de Wagner Polistchuk. Na sequência, a maestrina Naomi Munakata comanda o Coro da Osesp em três obras de Villa-Lobos, Pater Noster, Ave Maria, e Bachianas Brasileiras nº5, esta última com a participação do naipe de violoncelos da Osesp e da solista Eiko Senda. Ainda sob regência de Naomi Munakata, as Vozes Femininas do Coro da Osesp cantam a Suíte Borboleta, do japonês Yoshinao Nakada, com solos do pianista Fernando Tomimura. O espetáculo se encerra com as Bachianas Brasileiras nº9, regidas novamente por Wagner Polistchuk
O concerto contará com o patrocínio da CBMM e Camargo Corrêa e apoio do Instituto Tomie Ohtake e da Ingresso Rápido.
Doações para a SOS Japão também serão recebidas na noite do espetáculo.
SOS JAPÃO
Sensibilizados com a catástrofe que recentemente abalou o Japão e deixou cerca de 10 mil mortos e 17 mil desaparecidos, sete entidades japonesas sediadas no Brasil – Bunkyo, Kenren, Kodomo no Sono, Kibo No Iê, Ikoi No Sono, Hospital Santa Cruz e Consulado Geral do Japão – estão promovendo uma campanha para ajudar as vítimas da tragédia que atingiu o país no último dia 11 de março. A iniciativa, batizada de SOS Japão, já tem três eventos confirmados e outros dois em planejamento, todos com a renda revertida para as vítimas.
Sala São Paulo
Segunda, 11/4 (21h);
Preço único: R$50
Aposentados, pessoas acima de 60 anos, estudantes e professores da rede pública têm 50% de desconto, mediante comprovação
Recomendação etária: 7 anos
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Ingressos também pela Ingresso Rápido 4003-1212 – www.ingressorapido.com.br
Estacionamento: 611 vgs (20 para Portadores de Necessidades Especiais e 33 para Idosos) – R$ 12.
Sala São Paulo (1484 lugares) – Pça. Júlio Prestes 16
Bilheteria: (11) 3223-3966.
Regentes
WAGNER POLISTCHUK
Diretor artístico e regente titular da Sinfônica da Universidade Estadual de Londrina em 2003 e 2004, Wagner Polistchuk tem se apresentado à frente de importantes orquestras como a Osesp, as Sinfônicas da USP, do Theatro Municipal de São Paulo, de Santo André, do Teatro Nacional de Brasília, de Mendoza, na Argentina e a Hermitage Orchester, na Suíça. Destacou-se em concursos internacionais no Brasil, Itália e Suíça e foi solista convidado da Landesjugendorchester Bremen da Alemanha na turnê por São Paulo. Em 2009 tornou-se diretor artístico da Camerata Antiqua de Curitiba.
NAOMI MUNAKATA
Nascida no Japão, Naomi estudou piano, violino, harpa e canto. A vocação para a regência começou a ser trabalhada em 1973, com os maestros Eleazar de Carvalho, Hugh Ross, Sérgio Magnani e John Neschling. Anos depois, ganhou o prêmio de Melhor Regente Coral, pela APCA. Em 1986, recebeu do governo japonês uma bolsa de estudos para o curso de aperfeiçoamento em regência da Universidade de Tóquio. Participou de cursos internacionais na Inglaterra, Holanda e Suécia. Hoje, acumula as funções de professora da Faculdade de Artes Alcântara Machado e da Escola Municipal de Música de São Paulo (onde é também regente do coro), de coordenadora do Coral Jovem do Estado de São Paulo e, junto à Osesp, de coordenadora e regente dos Coros Sinfônico e de Câmara.
Solistas
EIKO SENDA – Soprano
Nascida no Japão, Eiko Senda conquistou os primeiros lugares no Wakayama Intl. Music Competition e no Takarasuka Intl. Chamber Music Competition, em 1988. Em 2001 venceu o Concurso Maria Callas. Desde 1995, quando mudou-se para o Brasil, Eiko já foi a personagem protagonista em diversas óperas e apresentou-se em diversos recitais nos mais importantes teatros do país. Entre outras atividades, Eiko Senda promove, como diretora musical, concertos de câmara educativos, abertos ao público, na Universidade de São Paulo (FAU em Concerto).
FERNANDO TOMIMURA – piano
Sua atuação inclui apresentações como concertista, recitalista e camerista ao lado dos principais nomes do cenário musical brasileiro, e repertório diversificado. Além do Brasil, já se apresentou na Alemanha, Finlândia, Rússia, Espanha, Portugal, França, Polônia, Hungria, Áustria, Suíça, Argentina e Chile. É pianista da Fundação Osesp e da Escola Municipal de Música de São Paulo. Em 1999 estreou como diretor musical na ópera A Solteirona e o Ladrão de Gian Carlo Menotti. Fez a estreia brasileira de obras de Béla Bartók e Silvio Ferraz e gravou trilhas sonoras para filmes. Em 2006 gravou, de Willy Corrêa de Oliveira, a série para piano “Velhos Hinos Cantados de Novo”.
Osesp – Desde 1954, a Osesp trilhou uma história de conquistas, que culminou em uma instituição reconhecida nacional e internacionalmente pela qualidade e excelência. Foi dirigida pelo maestro Souza Lima e pelo italiano Bruno Roccella, mais tarde sucedidos por Eleazar de Carvalho, que por 24 anos permaneceu à frente da Orquestra e deixa um projeto para sua reformulação. Com o apoio do Secretário de Cultura e o empenho do Governador Mario Covas, em 1997 o maestro John Neschling é escolhido para assumir a direção artística e conduzir essa nova fase na história da Osesp. A Sala São Paulo é inaugurada em 1999 e, nos anos seguintes, são criados os coros Sinfônico, de Câmara, Juvenil e Infantil; o Centro de Documentação Musical Maestro Eleazar de Carvalho; o Serviço de Assinaturas; o Serviço de Voluntários; os Programas Educacionais; a editora de partituras Criadores do Brasil; e a Academia da Osesp. Em maio de 2009, a Osesp ganha o XII Prêmio Carlos Gomes na categoria Orquestra Sinfônica, pelo conjunto de apresentações realizadas durante o ano de 2008. Indicada pela revista inglesa Gramophone como uma das três orquestras emergentes no mundo às quais se deve prestar atenção, a Osesp dá continuidade ao projeto de ampliação constante da cultura musical brasileira e para a Temporada 2010 conta com o maestro francês Yan Pascal Tortelier como regente titular e o músico e escritor Arthur Nestrovski como diretor artístico.
Instituída em junho de 2005, a Fundação Osesp administra a Orquestra, a Sala São Paulo e, consequentemente, as relações de trabalho de mais de 290 pessoas – entre músicos, administração e técnicos – permitindo maior agilidade administrativa, ampliação de parcerias e melhoria na qualidade dos serviços oferecidos.
Mais informações:
www.osesp.art.br – http://twitter.com/osesp – [email protected]
Prof. Yokota-san:
Posso pedir a opinião do senhor? Muitas pessoas físicas e jurídicas de diveros países estão ajundando os desabrigados nipônicos (Procter & Gamble, Renault, Jackie Chan, Sandra Bullock, Mitsui, Nintendo, Hyundai-Kia, BMW etc.).
Até Guiné Equatorial doou US$ 500 mil. Este país é um dos mais pobres do continente africano. O governo brasileiro doou o mesmo valor em dinheiro…
O Brasil é a sétima maior economia do mundo e tem bilhões de dólares em reservas internacionais. Será que a Dilma Rousseff foi “pão-dura”? Aliás, a atriz ianque Sandra Bullock doou o dobro do Brasil…
Beijinhos!
Cara Luana Fragoso Rossi,
Também tive a impressão pessoal que o valor foi baixo, bem como a sua manifestação que não se lembrou dos brasileiros que moram no Japão que continuam sendo de mais de 250.000 patrícios, bem como a contribuição da imigração japonesa ao Brasil. No entanto, acho que não se trata do valor da doação, mas o gesto é político. Acho que o Japão está se recuperando rapidamente, e o intercâmbio nipo-brasileiro sempre foi e continuará sendo importante. Quando terminou a Segunda Guerra Mundial o Brasil foi dos primeiros países a ajudar na recuperação japonesa, encomendando navios para a sua indústria de construção naval que estava sendo convertida para atividades civis.
Paulo Yokota
Cara Luana Fragoso Rossi,
Depois que postei a resposta para V. fiquei com dúvidas sobre algumas cifras das doaçoes efetuadas. Pode haver algumas diferenças nas moedas utilizadas e mesmo das suas unidades.
Paulo Yokota
Prof. Dr. Yokota:
Todos os meus parentes e amigos acham que, de fato, o Brasil foi pão duro.
Sandra Bullock doará US$ 1 milhão ao Japão
http://www.jb.com.br/terremoto-no-japao/noticias/…
Governo brasileiro anuncia doação de US$ 500 mil ao Japão
http://g1.globo.com/tsunami-no-pacifico/noticia/2…
Guiné Equatorial anuncia doação de US$ 500 mil ao Japão
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2…
Jackie Chan arrecada 3 milhões de dólares em fundos para reconstrução do Japão:
http://www.diariodepernambuco.com.br/nota.asp?mat…
Empresas se mobilizam em prol do Japão:
http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/empr…
Cara Luana Fragoso Rossi,
TB acho que foi pouco, mas vamos ver se temos o que os japoneses necessitam neste momento.
`
Paulo Yokota
Prof. Dr. Yokota:
Até uma empresa brasileira, a Invel, doou R$ 1 milhão em produtos para as vítimas do terremoto e da tsunami:
http://madeinjapan.uol.com.br/2011/03/28/empresa-doa-r-1-milhao-em-produtos-para-vitimas-do-terremoto/
Estou envergonhada como brasileira, com a postura do nosso governo.
Cara Luana Fragoso Rossi,
O fluxo de recursos financeiros externos para o Japão está muito alto. Eles não estão com carência desta natureza, e até precisam da ação coordenada do G8 para evitar a excessiva valorização do yen, algo parecido com o que está acontecendo com o Real. Economia parece simples mas é bastante complicado.
O Japão, como V. deve ter notado nos outros artigos que temos postado, pelo seu orgulho, demorou em solicitar ajuda tecnológica, que agora estão chegando, resolvendo muitos dos seus problemas. Esteja certa que somos solidários com os japoneses, e veja o que estamos fazendo com a Osesp na próxima segunda feira. Os japoneses e os brasileiros que residem no Japão estão fazendo trabalhos excepcionais, tanto que o racionamento de energia elétrica tornou-se dispensável, em muitos lugares, pois todos estão desligando o máximo dos aparelhos que consomem energia. Tenho até amigos meus que estão comendo menos, apesar de esbeltos, para que haja alimentos para todos.
Esteja certa que o Japão sairá fortalecida desta triste experiência, com a ajuda do resto do mundo.
Paulo Yokota
Acho que o senhor deveria colocar um link fixo com o os nomes das entidades, que recolhem doações para os desabrigados do Japão. Muitos brasileiros, com certeza, ajudarão.
Cara Vanessa R. Morales,
Obrigado pela sugestão. Muitas entidades estão efetuando arrecadações, e posto a seguir uma confiável na qual sou o Presidente Honorário. Mas, existem outras como a da Cruz Vermelhao.
Paulo Yokota
Cara Vanessa R. Morales,
Obrigado pela sugestão. Existem milhares de organismos coletando doações, e como sempre, até entre os japoneses existem alguns que não são confiáveis. Estou solicitando incluir este link.
Paulo Yokota
Pra falar a verdade, me preocupo pouco com doações em dinheiro p/ o Japão.Além de muito dinheiro ter sido coletado no planeta todo, o país tem uma população "rica" com boas reservas.
Depois que vi o nível dos apartamentos provisórios que estão sendo erguidos (bem melhores que os nossos CDHUs da vida), fiquei bem aliviado.Além disso, vi que até o dono do Softbank vai doar uma dinheirama para os órfãos e desabrigados.
Já no tsunami da Ásia de 2004 sim, fiquei bem preocupado, pois os países afetados eram muito pobres.Mas li que a própria Tailândia, um desses países, acaba de emprestar dois geradores grandes ao Japão.
Isso mostra o bom relacionamento do Japão com os países asiáticos, apesar dos fantasmas da 2ªGuerra que teimam em não serem exorcisados.
Aliás, é só isso que falta ao Japão: dar o braço a torcer, de vez em quando.
É um país fantástico, vanguardista,pacífico e vai sair desse buraco.
E concordo com o sr. Paulo: essas tragédias podem dar uma sacudida positiva no país.Até os jovens andavam num marasmo…
*outra coisa:Sr.Paulo, li que os Kenjinkais do Brasil e outras entidades nikkeis recolheram uma soma respeitável.Eu mesmo doei .Será que esse dinheiro chegou nas mãos certas?
Abraço!
Caro Rafael,
Muito obrigado pelos seus comentários. Quanto ao Japão e o seu relacionamento com o resto da Ásia, ainda existem pequenos problemas. Por exemplo, a China não aceita que o Japão seja membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. O principal acionista do Softbank é um coreano residente no Japão (que conhecí pessoalmente), e os japoneses não dão cidadania aos coreanos e seus descendentes até hoje, mesmo na quinta geração.
Quanto as doações dos Kenjinkais, o Kenren deve estar enviando via Cruz Vermelha, pois diversas entidades da comunidade nikkei estão o fazendo, e nós promovemos em conjunto o concerto beneficente da OSESP na próxima segunda feira, que necessita do comparecimento maciço do máximo de pessoas. Não é pelo dinheiro, como V. mencionou, mas uma demonstração pública de solidariedade que está ocorrendo em todo o mundo.
Paulo Yokota
Realmente, seu Paulo, o relacionamento do Japão com estrangeiros é tenso ainda.Mas isso não é exclusividade deles.Todo o leste da Ásia,incluindo China e Coréia, sequer aceita dupla cidadania,então fica difícil sequer discutir isso.Sou 'sansei' e sei das dificuldades de ser nipo-brasileiro por lá.Imagino então os Zainichi Kankokujin, né?A maioria já nem fala mais coreano e é tratado como pária, uma tristeza!
Mas quero acreditar que isso está mudando.Na última Copa da Ásia, quem marcou o gol da vitória do Japão foi o garoto Tadanari Lee, um coreano-japonês.Tomara isso seja um sinal positivo de novidades, afinal o rapaz até manteve o nome coreano.Se fosse outra época, deveria transformá-lo num sobrenome japonês.Uma violência, sem dúvida.
Quanto à negativa da China em aceitar o Japão no CS da ONU,é tanto por preocupação política do que represálias, afinal eles também não aceitam a Índia.O México e a Argentina não aceitam nosso país e assim vai…sempre mais do mesmo!Não vejo que um pedido formal de desculpas com indenizações pesadas (como fez a Alemanha) iriam mudar esse quadro.
De resto, desejo grande sucesso no concerto!Se morasse na capital ainda, iria com certeza!Mas vou avisar minha família.
Abraço!
Caro Rafael,
Quando mencionei as dificuldades na Ásia, não desejei faze-lo somente do Japão com relação aos seus vizinhos. Como V. citou neste comentário adicional, a grande maioria dos países possuem dificuldades semelhantes, o que diferencia o Brasil que praticamente não os tem. No CS os analistas entendem que o Japão e a Alemanha, tanto pelas suas importâncias econômicas como pelas suas histórias devem ter precedências sobre os demais países, mas existem alguns membros que possuem poder de veto como a China.
Além das muitas viagens ao Japão e a Ásia, morei também no Japão e tenho dupla nacionalidade. Tenho postado sobre as muitas boas coisas que aquele país tem, inclusive a tecnologia de construção de edifícios que resistiram aos terremotos violentos, bem como um sistema de defesa civil invejável, com treinamento intensivo e preventivo. Outros países que também possuem suas falhas geológicas com previsões de fortes abalos e gostariam de contar as mesmas tecnologias. Tenho a impressão que o aumento do intercâmbio de conhecimentos que está ocorrendo com as presentes dificuldades vai acabar beneficiando a todos.
Paulo Yokota