Professor Donald Keene Vai Requerer Cidadania Japonesa
15 de abril de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: Columbia University Release e NHK-News; professor emérito de cultura japonesa.
A Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, convida estudiosos, admiradores e alumni (ex-alunos) para a última aula que o professor emérito de cultura japonesa Donald Keene profere na sexta feira, dia 15 de abril, no Kent Hall, Campus Morningside. Com apoio da Fundação Japão – Nova Iorque, o evento faz parte do simpósio “Os Legados de Donald Keene”, que é realizado em homenagem aos cinquenta anos de contribuição do professor aos estudos japoneses.
Formado em literatura com Ph.D. pelas Universidades de Colúmbia e Cambridge, é conhecido por alunos de literatura japonesa fora do Japão, com dezenas de livros de ensaios, críticas, traduções e história sobre a cultura e literatura do país. Donald Keene recebeu também inúmeros prêmios e menções honrosas. Para citar os principais: Prêmio Kikuchi Kan Para o Avanço da Cultura Japonesa (1962), Ordem do Sol Nascente- 3ª classe (1975) e 2ª Classe (1993), Bunka Koro-sha (Pessoa de Mérito Cultural, do governo japonês – 2002), Bunka Kunsho (Ordem da Cultura, que o governo japonês concede a quem contribuiu excepcionalmente para a arte, literatura e cultura; o professor Keene foi o primeiro estrangeiro a receber este prêmio – 2008). Dentre as suas obras, além das críticas sobre poetas e escritores japoneses, destacam-se os volumes sobre o teatro Nô, e a biografia do Imperador Meiji – best seller em 2002. Publicações do professor no Japão incluem obras suas traduzidas do inglês, e também de originais escritas diretamente em japonês.
Donald Keene, da Universidade de Colúmbia
Em entrevista à NHK em Nova Iorque, onde reside, o professor se declarou profundamente abalado com os desastres de 11 de março no nordeste do Japão. Ele visitou a região quando estava traduzindo Oku no Hosomichi (O Estreito Caminho para Oku), do poeta haikaista Matsuo Basho, século 17. Ele se sente mais do que nunca “em comunhão com o excelente povo japonês”, e acredita que “o Japão se tornará melhor ainda após sobrepujar o presente sofrimento”. Ele se referiu também a alguns estrangeiros que deixaram o país após os desastres, como funcionários graduados de corporações, ou jogadores de beisebol.
Aos 88 anos de idade e se aposentando depois de cinquenta anos dedicados ao “japonismo”, ele disse que é sua hora de mostrar todo seu apoio e confiança ao Japão: vai obter cidadania japonesa, e viver o resto da sua vida no país. Numa hora em que pairam ainda infinitas incertezas, o Japão não poderia receber declaração de amor maior e mais comovente do que esta.