Pesquisas Japonesas Para Biocombustível a Partir da Alga
29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, webtown | Tags: consumo de CO2, energia a partir da alga, METI e organizações privadas
Muitos esforços estão sendo desenvolvidos em todo o mundo para gerar energia de forma não poluente, e o jornal japonês Nikkei publica uma entrevista que traz uma novidade. Cientificamente, já se comprovou que a alga com a fotossíntese acaba provocando uma biomassa para a produção de etanol, ainda que no momento não seja economicamente interessante. O METI – Ministério da Economia, Comércio e Indústria estimulou a formação de uma Organização Ambiental Para a Criação Marinha (Marine Environmental Criative Organization – Kaiko Sosei), numa colaboração dos institutos de pesquisas com empresas privadas, chefiada pelo professor Takao Kashiwagi do Tokyo Institute of Technology. Os japoneses estão sendo obrigados a utilizar todos os meios para dependerem menos da energia nuclear, depois dos acidentes da Fukushima Daiichi.
A grande novidade é que a alga pesquisada produz, numa área correspondente a 50 piscinas olímpicas, 360 toneladas dia de biomassa e 120 toneladas diárias de biocombustível, combinando a fotossínteses com o consumo do CO2 das usinas siderúrgicas, altamente poluentes. Ou seja, a sua eficiência é mais elevada quando cultivada próxima das unidades que produzem CO2, ajudando na melhoria do meio ambiente. Este novo aspecto não era do conhecimento mesmo daqueles que acompanham as revistas científicas especializadas que já divulgaram pesquisas sobre as algas.
Participam do projeto, empresas japonesas de grande prestígio, como a Hitachi, Takenaka, Yokogawa, Showa e KAO, num conjunto de 20 empresas privadas, contribuindo com seus conhecimentos específicos. Os trabalhos estão concentrados na Prefeitura de Toyama.
O professor Takao Kashiwagi concedeu uma entrevista sobre este importante projeto para o jornal Nikkei. Afirma que ainda os incentivos concedidos atualmente não são suficientes para tornar o projeto viável do ponto de vista econômico, e sua proposta é que seja criado na região nordeste japonês uma zona econômica especial de forma a estimular o desenvolvimento das áreas atingidas pelos desastres naturais.
Estes esforços vão acabando por contribuir para a mudança da matriz energética japonesa, ainda que seja necessário um tempo para que estas alternativas ecológicas se tornem eficientes do ponto de vista econômico e privado.