Gás Natural Ganhou Importância no Mundo

5 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: aumento da importância do gás natural, Brasil, estudos da IEA, reportagens no The Economist | 1 Comentário »

Mesmo com o desaquecimento mundial da economia, o aumento da importância do gás natural na matriz energética mundial continua em pauta, merecendo um bloco de artigos na importante revista The Economist desta semana. O assunto já vinha sendo destacado pela agência mundial que cuida da energia, a IEA – International Energy Agency, que no relatório de 2011 destacava que poderíamos estar entrando na Era de Ouro do gás.

Mas o The Economist ressalta que a substituição do carvão mineral, cuja utilização produz uma quantidade brutal de dióxido de carbono na atmosfera, pelo gás natural não ajuda de imediato na redução do processo de aquecimento global, pois o carvão também criava nuvens refletivas que reduziam a temperatura. De qualquer forma, com os preços elevados da energia, vieram sendo localizadas novas reservas de gás e de outros minerais que permitem a sua produção em diversas partes do mundo.

The Economist faz referência que este gás pode ser utilizado de várias formas, sendo pela implantação de gasodutos ou na forma de gás liquefeito, que inicialmente são transportados em grandes navios especializados e depois até em botijões para uso doméstico ou empresarial. A demanda recente destes navios era elevada, bem acima dos anos anteriores, mas não se sabe se continuará assim com a recessão mundial que se desenha.

As fontes deste gás também são variadas, sendo que a Rússia, uma grande fornecedora europeia com gasoduto, está enfrentando uma concorrência do fornecimento de Catar, que se faz com o uso destes navios. A Rússia negava-se a discutir seus preços, mas agora se mostra mais flexível diante da possibilidade de perder um grande mercado.

Nota-se que os dados fornecidos pelas agências norte-americanas diferenciam as provenientes de fontes convencionais das novas fontes como o xisto betuminoso e outras que estão sendo localizadas mais recentemente. No entanto, não fazem referência às disponibilidades brasileiras que estão se ampliando, não só em decorrência do pré-sal como em outras reservas já localizadas em outras regiões. O Brasil conta também com fornecimentos como o da Bolívia, com preços que vêm ajudando aquela economia vizinha.

O fato concreto é que a matriz energética mundial vem se alterando com o aumento do uso do gás, que deve crescer mais rapidamente que outras fontes nos próximos 25 anos, segundo estimativas da IEA – International Energy Agency. Os dados brasileiros ainda são apresentados de forma modesta, mas as informações já disponíveis dão conta que o seu uso deve crescer vigorosamente, e a Petrobras já investiu maciçamente nos gasodutos, podendo surpreender o resto do mundo.