As Atuais Dificuldades Norte-Americanas

14 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Dan Steinbock, os custos que necessitam enfrentar, publicado no China Daily | 2 Comentários »

Um abrangente artigo de autoria de Dan Steinbock, diretor do International Business at the India, China and America Institute, um think tank independente baseado nos Estados Unidos, e visitante do Shanghai Institutes for International Studies, foi publicado no China Daily de hoje referindo-se às dificuldades norte-americanas depois dos lamentáveis ataques às Torres Gêmeas de Nova Iorque. Ele se refere aos encargos que foram provocados pela tragédia que vitimou cerca de 3.000 vidas, provocando as guerras no Iraque e no Afeganistão para combate ao terrorismo, bem como todas as suas consequências econômicas.

Segundo o autor, os norte-americanos estão divididos quanto às questões econômicas e de segurança que os afetam. Segundo uma pesquisa recente da CNN, a maioria acredita que os mais importantes problemas são econômicos (60%), os déficits orçamentários (16%) e a saúde (9%). Somente uma parcela acredita que os problemas do Iraque, do Afeganistão e da Líbia (5%) ou o terrorismo (3%) são os focos dos problemas.

Segundo o autor, os Estados Unidos estavam bem ao término do segundo mandato de Bill Clinton, com forte crescimento, inovações tecnológicas, superávit comercial. A situação já era diversa no fim do segundo mandato de George W. Bush e a queda das Torres Gêmeas.

Barack Obama já assumiu com déficit fiscal, que em três meses anteriores acumulava US$ 1,4 trilhões. E no andar da carruagem pode chegar a US$ 1 trilhão anual na próxima década. E os cortes de tributos e custos com o Iraque e Afeganistão podem chegar a metade da dívida de US$ 20 trilhões em 2019, conforme o autor. Eliminar esta situação é politicamente difícil, devido ao envelhecimento da população e aumento das despesas médicas.

As pesquisas efetuadas pela Pew indicam que o mundo não apóia a política norte-americana no Iraque e no Afeganistão e o aumento dos esforços para o combate ao terrorismo, mesmo com a simpatia pelas perdas relacionadas às Torres Gêmeas. Muitos estão temerosos com a nova crise financeira internacional, e a queda do poder dos Estados Unidos.

O grande estrago para os norte-americanos foi a perda de parte de suas poupanças dos idosos, a dificuldade da classe média manter suas residências e o desemprego dos jovens. O capital político de Barack Obama está comprometido, segundo o autor.

Depois do ataque terrorista, a economia tornou-se um assunto secundário nos Estados Unidos, mas, no atual mundo multipolar emergente, ele precisa ser a prioridade nacional novamente.