Nippon Steel e o Controle da Usiminas Brasileira
10 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: CSN adquirindo ações da Usiminas, noticias no Brasil e no Japão | 4 Comentários »
A Usiminas foi a primeira siderúrgica brasileira que nasceu da cooperação nipo-brasileira, e continua sendo um ícone desta relação bilateral, mesmo com todos os problemas que vêm enfrentando, introduzindo inovações tecnológicas. Uma evidência desta importância pode ser verificada na cobertura que o assunto do seu controle acionário recebe na imprensa de ambos os países. O principal jornal econômico japonês Nikkei publicou seu terceiro artigo sobre o problema, sempre com destaque. Os jornais brasileiros também destacam suas matérias sobre o assunto.
A Nippon Steel sempre foi uma acionista minoritária da Usiminas que era uma estatal, fornecendo sua tecnologia e inicialmente participando da Nippon Usiminas, um consórcio de empresas japonesas, que detinha 40% de seu capital, que se reduziu no tempo. Depois de privatizada a Usiminas, a Nippon Steel voltou recentemente a aumentar sua participação no seu capital, detendo o seu controle num acordo de acionistas com os grupos Camargo Correa e Votorantim. Nos últimos meses, a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, controlada pelo grupo Steinbruck, passou a adquirir ações da concorrente Usiminas, e as notícias recentes informam que deseja adquirir os blocos de ações da Camargo Correa e Votorantim, sobre as quais a Nippon Steel possui direito de preferência. A CSN teria a vantagem de tornar-se uma importante siderúrgica mundial, apropriando-se da tecnologia da Usiminas.
Segundo os artigos publicados no Nikkei, a Nippon Steel se sente desconfortável com esta tentativa da CSN participar hostilmente do capital da Usiminas. Houve diferenças de ponto de vista entre as duas empresas relacionadas a uma mineração que detinham em conjunto já no passado.
Os japoneses entendem que a Usiminas é a única afiliada da Nippon Steel que tem um alto forno de sua produção e conta com as mais atualizadas tecnologias para a produção de aços para a indústria automobilística e outras finalidades específicas. A CSN está produzindo produtos siderúrgicos que podem ser considerados como commodities.
Parte das dificuldades da Nippon Steel com relação à Usiminas decorre da situação cambial que torna os investimentos no Brasil extremamente custosos para os japoneses. Fala-se na possibilidade de um entendimento dos japoneses com outro grupo siderúrgico, a Gerdau, mas haveria necessidade de superar a oferta feita pela CSN à Votorantim e à Camargo Correa que não são grupos concentrados nas atividades siderúrgicas, principalmente quando elas não proporcionam retornos elevados.
A Nippon Steel considerava suas atividades no Brasil como um dos motores para ampliação de suas atividades mundiais, pois dentro da economia japonesa as siderúrgicas podem se especializar, mas parecem não contar com condições para exercer a preferência de que dispõem. Ainda assim, há que se aguardar os desenvolvimentos das negociações, tendo em mente que as dificuldades deste ícone podem prejudicar as demais cooperações nipo-brasileiras.
Dr. Paulo,
O que é melhor para o Brasil? A CSN comprar ou não a parte da Camargo Correia e da Votorantin na Usiminas? Isso pode melhorar sua competitividade?
Sobre a novela Kirin-Schin, ou “pague 2, leve nenhum”, existe alguma novidade?
Caro Mike,
Tenho a impressão, pelas notícias japonesas, que corremos o risco de perder um grande parceiro. Também sobre o segundo parceiro, como previsto, parece que resta uma pendência judicial complexa, por ora.
Paulo Yokota
[…] is the original post: Nippon Steel e o Controle da Usiminas Brasileira » Asia comentada Tweet This Post Plurk This Post Buzz This Post Delicious Digg This Post Facebook MySpace […]
Thanks for the mention.
Paulo Yokota