Kirin Japonesa Ficou com 100% da Schincariol Brasileira
4 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: acerto da compra da parte dos minoritários, espera de melhorias tecnológicas, operação com valores exagerados | 12 Comentários »
O site Giro News distribui notícia proveniente da revista Exame informando que os minoritários da Schincariol, irmãos Gilberto, José Alberto e Daniela Schincariol, que detêm 49,55% das ações da cervejaria brasileira por intermédio de uma holding, chegaram a um acordo com a Kirin, pelo valor em torno de R$ 2,5 bilhões, menor que o pago para os majoritários, irmãos Adriano e Alexandre que são primos dos primeiros.
A operação só foi possível, segundo a notícia, porque as vendas da cervejaria brasileira estavam em queda, e a segunda posição que ocupavam no mercado brasileiro já tinha sido superada pela Petrópolis, outra cervejaria brasileira, pois os minoritários pretendiam o mesmo valor dos majoritários que foi de R$ 3,95 bilhões, valor que o mercado considera exagerado, supondo-se que a Kirin não foi bem assessorada nesta operação.
Segundo a notícia, os minoritários cederam da sua posição inicial, pois, continuando as vendas em queda, o valor das suas ações baixaria ainda mais com o correr dos meses para a sua resolução.
A Kirin já estaria procurando um executivo para assumir o comando da Schincariol, que assumiria a sua presidência em 2012, e até lá Adriano continuaria exercendo a função, passando a ser conselheiro junto com Gilberto.
Algumas críticas feitas à Kirin, que está muito agressiva nos mercados dos países do Sudeste Asiático, decorrem de sua falta de experiência no mercado brasileiro de cervejas que têm características próprias, apesar de já trabalharem tradicionalmente com o saquê e outros produtos utilizados na culinária japonesa, que acabou sendo adotada por muitos consumidores locais.
Como a Kirin detém tecnologias avançadas como a cerveja realmente 100% sem álcool com forte sabor de malte e lúpulo (as brasileiras existentes, apesar de alegarem serem sem álcool, contêm o mesmo em percentagens consideradas toleráveis pelas autoridades), espera-se uma sensível melhora na qualidade dos produtos.
O saquê que era produzido pela Tozan em Campinas, uma empresa da família fundadora do grupo Mitsubishi, detentora da Kirin, que era considerado de baixa qualidade, melhorou muito, na linha tradicional de Azuma Kirin, nas suas variadas especificações.
Sou promotor da Schincariol e estou a frente do trabalho diariamente nos mercados e estamos felizes com a aquisiçao da Schin pela Kirin, pois mudanças sempre vem a beneficiar a todos. Hoje a Schincariol esta numa ótima fase e apartir de agora com o apoio da Kirin vamos lutar para colocar a Schin no topo das marcas cervejeiras do Brasil e quem sabe do mundo…Pois, vai ser pequenos derrotando gigantes como a Femsa e Ambev que detem boa parte do mercado em algumas Capitais. Eu, em nome de todos promotores de São Paulo me desponho e parabenizar a Kirim e deixo registrado que pode contar conosco nesta nova empleitada…Parabens Kirim.
Caro Alain Monteiro,
Parabens pelo entusiasmo, mas sabemos que a Schincariol não se encontrava tão bem como V. descreveu, e não teria sido vendida. É preciso entender que a cultura empresarial da Kirin é totalmente diferente da família Schincariol que controlava a empresa. Acredito que mudanças sensíveis serão necessárias, mas é ótimo que ela conte com colaboradores entusiasmados como V., mas é preciso um pouco mais de racionalidade, ainda que emoção também seja relevante. A operação foi exageradamente custosa para a Kirin que não foi bem assessorada.
Paulo Yokota
A briga com a Ambev vai ser pesada, literalmente…
Caro Mike,
A concorrência é sempre saudável, não só com a Kirin como a Petrópolis e outras pequenas que apresentam produtos diferenciados.
Paulo Yokota
Boas vindas a familia Kirin.
Sou colaborador de uma tercerizada Schincariol no interior de SP (Araçatuba)
Não vejo a hora de virar DP (deposito proprio )
Para acabar com o monopólio da AMBEV ,nessa região .Os donos de PV (PONTOS DE VENDAS ) bares mercearias não aguentão mais a AMBEV mandar nos estabelicimento deles.
Por falta de concorrencia a altura deles.
AGUARDO VCS!
Caro Marcelo Christian,
Esperamos que a Kirin possa aumentar a concorrência.
Paulo Yokota
Olá boa tarde!
Estou fazendo um trabalho da faculdade sobre Cultura Organizacional. E acabei escolhendo a empresa Kirin, pois se encaixa super bem com o tema, pois à um grande processo de adaptação da Schin para Kirin em relação de culturas.
Desejo muito sucesso à todos!!!
Cara Karina Sugumo,
Acho que o tema escolhido por V. é muito interessante, mas seria conveniente acompanhar o que é feito na London School of Economics, que tem um setor especializado em Antropologia Organizacional. Tenho a impressão que V. está escolhendo um caso muito complexo, como no comentário que postei para a Bruna. A Schin vinha de problemas complexos que ainda devem se desdobrar, e acredito que a Kirin não fez um bom negócio. Até agora, por exemplo a mudança da marca para Brasil Kirin, segundo especialistas, está parecendo um desastre.
Se V. está iniciando seus estudos nesta área fascinante, acho que deve começar por algo mais simples.
Paulo Yokota
Achei o máximo a compra da Schincariol pela Tozan Azuma Kirin.
Espero que essa aquisição possa abrir muitas portas,pois a Tozan é meu cliente há anos e só tenho a dizer coisas positivas a respeito deles.
Cara Bruna,
Agradeço o comentário, mas acho que V. deve fazer algumas distinções. A Tozan era um braço da família Iwasaki, fundadora do grupo Mitsubishi, e a Kirin é uma das empresas do grupo. Depois da Segunda Guerra Mundial, a Mitsubishi não se confunde com a familia fundadora. Hoje a Tozan está controlada pela Mitsubishi, que é constituida de diversos grupos distintos, sendo que a comunicação dentro do grupo não é mais como no passado. Não há unanimidade sobre a aquisição da Schincariol pela Kirin, que parece ter pago exageradamente, sem observar todos os problemas que existem na empresa. Especialistas entendem que mudar de marca para Brasil Kirin, por exemplo, é uma temeridade custosa. Tudo indica que a Kirin não está adequadamente adaptada para operar no Brasil, infelizmente.
Paulo Yokota
Esta questão de preço de aquisição ser ou não exagerado depende da estratégia da empresa, não podemos esquecer que o Banespa foi comprado pelo Santander por um valor quase 5 vezes maior que os lances dado por Itau e Bradesco, porem o custo de se estabelecer no Brasil na época era elevado e portanto foi um bom negocio, veja o Santander atualmente.
Portanto a Kirin deve ter a sua estratégia, e uma delas deve ser a propria extensão de sua marca na marca da cerveja, sem necessariamente deixar de lado o esforço de marketing até o momento incorporado.
Caro André Ramos,
Obrigado pelo comentário, que respeito. Segundo especialistas no setor, parece que havia alternativas mais interessantes. Conheço as empresas, e tenho muitas dúvidas sobre a operação que foi efetuada, inclusive de pessoal interno delas.
Paulo Yokota