Vendas dos Produtos de Luxo no Japão Continuam Altas

25 de novembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: explicações possíveis, mudanças de hábitos, tendência de manter, vendas altas de produtos de luxo | 2 Comentários »

Para a perplexidade de muitos analistas, o consumo de produtos de luxo no Japão continua elevado, segundo o jornal Nikkei de hoje. Está sendo a salvação de muitas lojas de departamento, não somente em Tóquio como em outras cidades como Osaka. São mencionados exemplos concretos, como o da conhecida loja da Mitsukoshi no bairro de Nihonbashi, onde os relógios de mais de US$ 13.000 aumentaram 60% com relação ao ano passado, e os de mais de US$ 26.000 dobraram suas vendas, incluindo as de grifes internacionais como a Rolex.

Numa feira especial realizada no Daimaru Matsuzakaya, de Osaka, nos últimos dias 15 e 16 de outubro, as vendas aumentaram 18% com relação ao ano anterior, com itens como pinturas, e colares de diamante com preços em torno de US$ 300 mil. Esta tendência está sendo confirmada também no corrente mês de novembro, em diversas lojas de departamento em Tóquio, em vários bairros.

Prédios das lojas de departamentos da Mitsukoshi e da Daimaru Matsuzakaya

Muitas explicações são dadas para estas mudanças de hábitos de consumo, mas parecem estar relacionadas também com os comportamentos negativos que vêm ocorrendo na Bolsa de Valores. Muitos substituem os ativos financeiros por bens.

Os cofres estão com as vendas em alta, bem como as moedas de ouro, acusando aumentos em torno de 30 a 40%. Muitos empresários não acreditam que esta onda represente uma tendência permanente, podendo apresentar mudanças rápidas.

As vendas das roupas acusaram um aumento modesto, depois de um longo período de baixa, mas a concorrência está muito acirrada nestes tipos de produtos. Existem, também, algumas vendas regionais discrepantes. As pesquisas governamentais indicam que os gastos das famílias contraíram, quando considerada a inflação atual de 1,9% ao ano, no mês de setembro.

O artigo do Nikkei informa sobre estes comportamentos que não são uniformes, não se podendo assegurar que há uma recuperação da economia japonesa, mas alguns setores apresentam indícios promissores de recuperação, bem mudanças ainda não muito claras de comportamento.

De qualquer forma, os que pensam que o Japão está enterrado num clima totalmente depressivo, acabam tendo um quadro diferente, dependendo dos estabelecimentos de venda a varejo que frequentam. Não há, no entanto, o clima pessimista que parece prevalecer nos Estados Unidos e na Europa, ainda que o quadro não seja de euforia.

A construção civil, tanto em decorrência dos esforços de reconstrução como dos decididos investimentos na atualização, parecem estimular parte do mercado interno, ao mesmo tempo em que as empresas estudam suas possibilidades de investimentos externos.