Melhorias da Economia Brasileira e Críticas Locais
27 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: considerações per capita, divulgações na Europa sobre o crescimento da economia brasileira, índices do IDH, sugestões operacionais | 4 Comentários »
Apesar de a economia brasileira tornar-se a sexta maior no mundo, superando a do Reino Unido, e este fato ter merecido uma ampla divulgação na imprensa europeia, a sua comemoração pelo ministro Guido Mantega acabou provocando uma série de reparos na imprensa local. Todos sabem que o dado do PIB nacional é global, não se referindo a um dado per capita, levando em consideração o tamanho da população. E o próprio ministro previu que haveria necessidade de mais vinte anos para a população brasileira obter o mesmo padrão de vida dos europeus. As previsões existentes mostram que a economia brasileira vai continuar crescendo mais que muitas europeias, no longo prazo, não se tratando somente de um problema temporário determinado pela atual crise européia.
Os críticos procuram mostrar que, mesmo assim, os índices do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil continuam numa posição bem inferior, mesmo desconhecendo as metodologias empregadas na construção de todos estes indicadores. O que seria construtivo é fossem apresentadas as sugestões para as suas melhorias operacionais, pois todos esperam que o desenvolvimento brasileiro seja acompanhado da melhoria do bem-estar da sua população.
Inglaterra: área de 130 395 km², com população estimada de 50 milhões de habitantes
Brasil: área de 8 514 876,599, com população estimada de 192 376 496 de habitantes
Ainda que um jornalista inglês tenha usado os serviços médicos públicos no Rio de Janeiro e em São Paulo, e os casos não servirem para ser usado para a uma avaliação generalizada, segundo ele, a medicina socializada do Reino Unido apresenta um padrão bem inferior ao que ele recebeu no Brasil, mesmo não tendo se identificado como um profissional nesta área quando recebeu esta assistência.
Seria desejável que a imprensa seja sempre crítica, procurando a constante melhoria dos serviços existentes no Brasil. Mas seria interessante que estas avaliações sempre ocorram de forma comparativa, não somente entre os dois países como com outros de níveis semelhantes, apresentando junto sugestões para a sua melhoria operacional.
Mesmo admitindo que as histórias de ambos os países sejam bem diferentes, bem como os patrimônios públicos existentes, constatam-se deteriorações de alguns serviços nos países que estão com baixo crescimento. Existem, também, diferenças nas prioridades nacionais, principalmente quando em um país a sua estrutura demográfica apresenta maior percentagem de populações em faixas de idades que se diferenciam.
Muitas das estatísticas e as metodologias utilizadas para a sua elaboração estão sendo uniformizadas, principalmente com a elaboração de critérios sugeridos pelas Nações Unidas, procurando tornar os mesmos razoavelmente comparáveis. Mas é evidente que ainda existem diferenças respeitáveis.
Todos nós precisamos ser exigentes com os nossos países, mas parece que seria útil que as comparações sejam ponderadas, reconhecendo as limitações existentes, e as melhorias que estão sendo registradas, como também algumas pioras. Mesmo nos IDH, na maioria dos aspectos o Brasil está melhorando lentamente de posição, e seria desejável que medidas possam ser implementadas para a sua aceleração.
Alguns analistas criticam os governos recentes pela exagerada preocupações nos aspectos da melhoria na distribuição dos benefícios, que não permitiriam o máximo desenvolvimento almejado, do ponto de vista econômico. Na atual crise, quando as diversas economias se voltam para se beneficiar do seu mercado interno, os esforços que foram feitos no passado recente passam a ser estratégicos.
Mesmo os grandes países emergentes, como a China e a Índia, estão se voltando para a melhoria da distribuição da renda, o que já vem acontecendo no Brasil há algumas décadas, acima das expectativas de muitos observadores, o que continua atraindo as atenções dos estrangeiros sobre o país.
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Thanks for the mention.
Paulo Yokota
Prezado Sr. Paulo. Estou a fazer doutoramento em relacoes internacionais em Portugal. Sou economista e tenho acompanhado seus comentários e posicionamentos em funcao do cenario internacional. Acredito que poderiamos criar uma cooperacao. Cordialmente,Alexandre Fermanian
Caro Alexandre Fermanian,
Obrigado pelo comentário. Nós vínhamos mantendo um intercâmbio com um grupo de pos-graduados portugueses, por intermédio do blog Ocidente Subjetivo, que V. pode acessar. Mas, houve mudanças entre os seus componentes, e o intercambio está em compasso de espera. Faça a sua proposta, pois sempre temos interesse em atividades com Portugal, que teve uma importância muito grande na abertura da Ásia para a Europa e o Ocidente como um todo.
Paulo Yokota