Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Necessidades de Equipamentos Para o Pré-Sal

7 de fevereiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no O Estado de S.Paulo, iniciativa do Sete Brasil, problemas e oportunidades existentes

O jornal O Estado de S.Paulo publica hoje um artigo de Sergio Torres e Sabrina Vale informando que a empresa Sete Brasil contrata navio-sonda antes da escolha da Petrobras. Esta empresa Sete Brasil, que concorre para a fabricação de 21 sondas, pertence parte a Petrobras e aos fundos de pensão relacionados com os funcionários de estatais.

Todos sabem que existe uma grande demanda por estas sondas, pois o governo brasileiro vem exigindo que parte delas seja fabricada no Brasil. No caso da Sete Brasil, ela está associada à Sembcorp Marine de Cingapura, que conta com uma unidade em Aracruz, no Espírito Santo que ainda não está em operação.

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Sonda da empresa Sete Brasil

As grandes empresas mundiais que trabalham com pesados equipamentos como as sondas petrolíferas sabem que existe uma forte demanda em decorrência das descobertas do pré-sal. O que elas alegam é que os custos de produção no Brasil são elevados, por enquanto, o que obriga que muitos sejam construídos no exterior, principalmente na Ásia, para serem alugadas e serem operadas no Brasil.

Ninguém pode negar que os programas estão atrasados e todos pretendem abocanhar parte das encomendas dos equipamentos, e que as empresas que contam com a participação da Petrobras e dos fundos de pensões sobre os quais as autoridades possuem forte influência podem se antecipar, com razoável segurança, as concorrências que deverão ser muitas.

Um lote de sete navios-sondas de um total de 28 embarcações já foi encomendado à Estaleiro Atlântico Sul que está instalada em Pernambuco, mas os trabalhos estão atrasados.

Todos os estaleiros brasileiros estão sobrecarregados de encomendas, que devem atender as suas capacidades por cerca de 10 anos, segundo alguns analistas. É possível que novos projetos venham a aumentar a sua capacidade, mas todos os empresários, naturalmente, se preocupam com a competitividade que depende do grau de nacionalização destes equipamentos pesados.

Como os investimentos são pesados, e os projetos demandam um prazo considerável, os riscos são elevados, ainda que financiamentos como o do BNDES estejam previstos.

No passado, estes setores como o da construção naval tiveram fases de grandes encomendas, e nem sempre os recursos financeiros disponíveis foram suficientes para a ocasião. Ao mesmo tempo, fica-se com o receio dos ciclos das encomendas, que no momento parecem promissores, mas certamente haverá possibilidade de desaceleração no futuro.

As perspectivas de operações offshore são elevadas em diversas partes do mundo, mas certamente, com suas produções mais custosas que as terrestres, há uma preocupação com a demanda e os preços do petróleo no futuro, bem como do gás.

Portanto, há necessidade que a política industrial brasileira fique mais clara, de forma que os riscos sejam razoáveis para serem arcados pelo setor privado.