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Ambientes Para Favorecer a Criatividade

22 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Wall Street Journal, contribuição de Jonah Lehrer, republicado no Valor Econômico

Jonah Lehrer publicou um livro que tem o título em inglês “Imagine: How Creativity Works” (algo como Como a Criatividade Trabalha), e publicou um artigo resumindo o assunto no The Wall Street Journal, que foi republicado em português no Valor Econômico. Ele se baseia em algumas pesquisas efetuadas sobre o assunto e acaba resumindo e concluindo sobre dez pontos identificados como estimuladores ou favorecedores da criatividade. No gráfico apresentado no artigo figuram como 10 caminhos para a invenção.

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O autor destaca que, no senso comum, algumas pessoas são consideradas “gênios” dotados de qualidades especiais como Steve Jobs e muitos astros da música que se tornam ídolos pelas suas composições e criações nas apresentações. Mas ele diz que a criatividade não é uma mágica, ou qualidade inerente que herdamos quando do nascimento.

Hoje, existe uma ciência da criatividade, e ela pode ser favorecida ou estimulada dentro de determinada condições, segundo recentes pesquisas. E ele cita o exemplo de Arthur Fry, um engenheiro da 3M que tinha desenvolvido uma cola fraca. Ele, durante os serviços de uma igreja, verificou que os membros do coro tinham dificuldades para marcar as páginas do hinário, e resolveu usar esta cola para marcá-las. Acabou desenvolvendo o post-it, hoje utilizado por todos para marcar muitos documentos.

Os estudos de neurologia, como os efetuados por Mark Beeman e John Koumios, identificaram as áreas do cérebro onde ocorrem os relacionamentos que permitem resolver enigmas, e sabe-se que alguns fatores estimulam o seu uso. As situações de relaxamento também facilitam os lampejos de boas ideias, que podem ocorrer na madrugada, um pouco antes do despertar.

O lendário designer gráfico Milton Glaser, sendo o autor do artigo “Arte e trabalho”, que levou a criação do “I Love New York” em letra cursiva, escreveu contra um fundo branco, que todo o mundo gostou, mas não o satisfez. Dentro de um táxi, teve a inspiração com a fonte e um grande coração vermelho, que se tornou a arte gráfica mais amplamente imitada em todo o mundo.

A capacidade do cérebro humano permite fantasiar e fazer passeios relaxantes até chegar a uma solução adequada, segundo o autor. Ele diz que Steve Jobs afirmou que a criatividade é simplesmente conectar coisas. Segundo este criativo autor, Steve Jobs argumenta que experiências diversificadas ajudam a conectar diversos pontos.

Ainda segundo Jonah Lehrer, pela primeira vez na história da humanidade tornou-se possível ver como criar mais dessas faíscas e garantir que a chama nunca se apague. Mas, ele reconhece, o processo criativo é sempre difícil, não importando quanto se aprende sobre ele.

Isto pode explicar porque alguns povos, como os brasileiros, podem ser mais criativos, como na música popular e outras manifestações culturais. Estão sujeitos a experiências em situações diferentes, dada à ampla biodiversidade com que contam, com regiões variadas e contribuições culturais provenientes de diferentes etnias.

Os que habitam um pequeno arquipélago podem ficar repetindo muitas boas ideias, aperfeiçoando-os aos poucos. Viva a diversidade.