Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Divulgação da Evolução que Ocorre na Rússia

30 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Gazeta Russa, mudanças que se observam naquele país, parcerias no mundo para a sua divulgação

Entre os países membro dos BRICS, possivelmente a Rússia está entre os menos divulgados no mundo, apesar de ser tradicional e passar por mudanças significativas depois da dissolução da URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Para superar estas deficiências, eles vêm divulgando um suplemento mensal junto com os grandes jornais do mundo como o The New York Times, Washington Post, Daily Telegraph, Le Figaro, La Repubblica, El País, Folha de S.Paulo, The Economic Times, La Nacion, Suddeusche Zeitung, Yominuri Shimbun, entre outros.

Alguns artigos chamam a atenção dos leitores, pois mostram aspectos pouco conhecido daquele grande país. Um se refere ao recorde de exportação atingido pelo trigo russo, que passa a mirar o mercado brasileiro. Outro se refere aos 450 quilômetros do metrô de Moscou. Outros se referem aos BRICS e a reconsideração que vem sendo feito sobre o papel de Stalin.

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Um artigo expressa a interessante opinião de Dmitri Oréchkin, que é membro do Conselho do Presidente da Rússia para Desenvolvimento da Sociedade Civil e Direitos Humanos. Ele mostra que os atuais protestos que se multiplicam por todo o mundo expressam contrariedades difusas, com diferentes motivações que não conseguem ser unificados numa posição que leve à mudança da situação. Acredito que o exemplo do que ocorreu no Egito e que ocorre em muitos países da Europa refletem estas considerações.

Ele informa que em Moscou a situação para os cidadãos estão visivelmente melhores que em outras regiões do país. No entanto, é em Moscou que se registram variadas manifestações de diversos setores que se mostram insatisfeitos com determinadas situações. Hoje, existe uma independência de posições ideológicas, mas aspira-se por maior transparência e liberdade. Muitas manifestações violentas ocorrem entre torcedores de clubes diferentes de futebol, como ocorre no Brasil. Entre os que se manifestaram contra a posse de Vladimir Putin predominaram os que tinham curso superior. Muitos líderes culturais deixaram de participar destes eventos, pois entenderam que não era a forma mais adequada de diálogo com o governo.

Os protestos continuaram na Rússia, segundo o autor, e tenderam a radicalizar-se na esquerda. Segundo ele, a tendência é que estas manifestações continuem ocorrendo com os jovens da periferia, sem que contem com o apoio dos intelectuais e cidadãos de boa fé. A esperança é que no verão da Rússia (inverno no Brasil), muitos deles acabem se deslocando para suas datchas (casa de campo dos russos) e acabem esvaziando as manifestações que não estão devidamente articuladas.

Segundo o autor, os problemas não se resolvem, pois estão na liderança do país os que tendem a se fechar em si mesma, que para ele é um sinal muito negativo para o futuro do país. É difícil acreditar que um editorial desta natureza seria publicado no principal veículo de comunicação social do governo russo. São sinais dos tempos.

Outro artigo que chama a atenção foi escrito por Artiom Zagorodnov e tem o título “Pontes para a prosperidade” referindo-se aos investimentos que vem sendo feito em Vladivostok, a cidade no extremo oriente da Rússia, que dista nada menos que 9.200 quilômetros de Moscou, dentro do programa para a Cooperação Econômica Asia-Pacífico (APEC).

Fica na Sibéria, que conta somente com 6,3 milhões de habitantes numa vasta região inóspita pelo seu rigoroso inverno, e que vem perdendo seus habitantes que migram para regiões mais favoráveis. A próxima reunião de cúpula da APEC deverá ocorrer em 8 e 9 de setembro deste ano em Vladivostok, e o governo russo investiu na área US$ 6,3 bilhões para se preparar sua infraestrutura para a reunião.

Com o desenvolvimento que está ocorrendo na China, a Rússia vem se sentindo pressionada a melhorar esta ampla região, que conta com abundantes recursos minerais na proximidade da Mongólia, cuja saída natural seria pelo Pacífico.

São aspectos russos pouco conhecidos no ocidente, principalmente na América do Sul, mesmo neste mundo globalizado.