Problemas Políticos Até em Cingapura
4 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Luke Hunt no Asean Beat publicado no The Diplomat, insatisfações políticas | 2 Comentários »
Para quem não conhece, Cingapura é hoje uma cidade-país com cerca de 5 milhões de habitantes, com renda per capita estimada em cerca de US$ 60 mil, considerada a terceira mais alta do mundo. É formada de chineses, hindus, malaios e seus descendentes e até os anos sessenta do século passado era considerado um país pobre. É a mais importante metrópole do Sudeste Asiático, extremamente moderna, o grande centro financeiro da região.
Impressiona hoje pela limpeza e contemporaneidade quando antes era formada por bairros chineses, hindus e malaios imundos. Conquistou a sua total independência da Malásia dois anos depois dos ingleses deixarem aquele país em 1965. O primeiro-ministro Lee Yuan Yew veio governando o país com mão-de-ferro, promovendo o seu rápido desenvolvimento, que lhe deu a denominação de Tigre Asiático. Hoje, o seu filho Lee Hsien Loong detém o poder por intermédio do People’s Action Party – PAP, que começa a ser incomodado pelo WP – Worker’s Party.
Visitei pessoalmente Cingapura diversas vezes, pois ajudei a administrar uma empresa brasileira que tinha um dos seus escritórios naquela cidade. E porque era um centro financeiro importantes da Ásia, onde alguns bancos brasileiros chegaram a contar com dependências naquela metrópole.
Todos os visitantes de Cingapura ficavam impressionados por não se encontrar nas suas ruas sequer um pedaço de papel ou uma ponta de cigarro. É totalmente limpa, dominada por edifícios dos mais avançados projetos arquitetônicos do mundo, jardins com as plantas verdes como as melhores do mundo.
O artigo mencionado informa que na última eleição de 12 meses atrás houve um fraco desempenho do partido do governo, que num parlamento de 87 assentos, a oposição conseguiu 6 lugares. Em agosto último, o candidato governamental mal venceu.
Verifica-se que as partes da cidade que são visitadas pelos estrangeiros, principalmente do centro para o maior aeroporto internacional da região asiática, tudo está muito avançado. Conseguiu-se o seu desenvolvimento com estímulos para pequenas e médias empresas de alta tecnologia, e um sistema educacional proporcionado pelo Estado para os filhos dos casais que possuem somente um filho.
Estes são custeados até em seus estudos pós-graduados no exterior, com o compromisso de alguns anos de trabalho no país depois de formados. Se houver mais que um filho por casal, o segundo e os demais são arcados pela própria família.
O partido da oposição informa que há uma insatisfação da população com a imigração, transportes públicos, residências dos trabalhadores e altos salários dos ministros do governo. E que o governo só proporciona benefícios para os bairros onde residem os que apoiam o governo.
O governo vem procurando medidas para atender a população de forma mais ampla, mas reconhece que existe muito a ser feito, também num país desenvolvido como aquele. Parece natural que, na medida em que se consolida o seu desenvolvimento, a população começa a almejar maior liberdade política. Ainda que do ponto de vista econômico médio tudo esteja muito bem, é possível que haja problemas internos, principalmente quando o mesmo grupo se mantém no poder por décadas.
Uma cidade desenvolvida estimula a educação, coisa que na maioria das cidades brasileiras não há, ainda falta muito e muito para o Brasil chegar lá. Porém, não adianta apenas criticar, pratico cidadania nos pequenos atos do dia dia como não jogar papel no chão e outros atos sociais. Estou no processo de desenvolvimento, todavia ao menos iniciei.
Caro Wagner Aguiar,
Estamos avançando em muitos setores, e os nossos acadêmicos estão presentes com suas contribuições em revistas científicas internacionais de prestígio. Vamos chegar lá.
Paulo Yokota