Ponto de Inflexão no Status das Mulheres
5 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ângulos otimistas, o lado otimista dos problemas, recesso durante as festas
Folheando os meios de comunicação social de alguns jornais e revistas mais importantes do mundo, bem como a televisão, a rádio e muitos dos atuais meios eletrônicos, constata-se durante este recesso com as festas de passagem do ano um destaque relevante. O status das mulheres em todas as partes do mundo parece passar por um novo ponto de inflexão. A condenação universal sobre o estupro de uma indiana que veio a falecer parece ter provocado na própria Índia muitas manifestações para a condenação exemplar dos criminosos que o praticaram, inclusive na própria Índia. No passado, estes fatos eram aceitos como parte da cultura daquele país, e não recebiam destaque na imprensa.
A recuperação da paquistanesa Malala Yousafzai, de somente 15 anos de idade, na Inglaterra, vítima de um tiro na cabeça por denunciar a repressão do Taleban, mereceu as manchetes do mundo. Nestas regiões e muitas outras onde as mulheres eram e são tratadas como seres inferiores, submetidas às vontades dos homens, estas notícias são alvissareiras.
Malala Yousafzai sai do hospital da Inglaterra. Foto: Divulgação/Queen Elizabeth Hospital Birmingham
Estas conquistas começaram no século XIX na Europa e nos Estados Unidos, mas mesmo no Ocidente ainda existem tratamentos diferenciados para as mulheres. Em alguns cantões da Suiça existem legislações que as discriminam em alguns casos. No Brasil, os salários das mulheres são inferiores aos dos homens em funções idênticas. Mas estas diferenças são mais acentuadas em algumas localidades mais esquecidas do mundo, como no interior da China, algumas regiões menos avançadas da Ásia, da África e das Américas.
Em pleno ano de 2013, no mundo globalizado, onde as informações são transmitidas instantaneamente para todos os países, estas situações se tornaram inaceitáveis, e deve-se prever no futuro pressões acentuadas para reduzir estas diferenças, mesmo com diferentes culturas e religiões.
Mesmo no judaísmo, em muitas cerimônias, os lugares das mulheres são diferenciados dos homens, que desempenham os papéis fundamentais. Entre os católicos apostólicos romanos, ainda algumas missas são proferidas pelos padres, não havendo bispas ou cardeais de sexo feminino.
Não se trata, portanto, de uma diferenciação que só ocorre com povos que possam ser considerados menos avançados do ponto de vista cultural ou econômico. Se o mundo se mobiliza para condenar estas diferenças, parece que mesmo as religiosas não fazem mais sentido, principalmente quando se reconhece a união estável de pessoas que não são considerados de diferentes sexos.
A tolerância precisa ser disseminada em todos os sentidos. E certamente as mulheres possuem responsabilidades maiores durante as gestações, muitas exercem jornadas duplas e estão aptas a captarem os problemas humanos, inclusive políticos, de forma mais sensível que os homens. Que estes acontecimentos cruciais ajudem a humanidade a ter uma nova visão sobre estas diferenças.