Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Exageros de Verticalização nas Cidades Brasileiras

23 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dados censitários de 2000 e 2010, fatores que podem estar influenciando | 6 Comentários »

Uma notícia publicada no site de O Globo pelos jornalistas Cleide Carvalho e Thiago Herdy, utilizando os dados censitários de 2000 e 2010, informa que a verticalização altera paisagens de cidades do Norte e do Nordeste. Mas,parece que o fenômeno se multiplica pelas cidades brasileiras, pois segundo dados do mercado de imóveis, 2.769 edifícios residenciais foram construídos somente em 2012. Os viajantes que percorrem muitas cidades brasileiras notam que as paisagens destas cidades estão mudando nos últimos anos de forma acentuada, ainda que o país disponha de áreas para ampliações de bairros residenciais.

Muitos fatores podem ser apontados para estes fenômenos, que acabam diferindo do que acontece no resto do mundo, principalmente em países que dispõem de amplos territórios. Muitos brasileiros se sentem mais seguros morando em edifícios de apartamento, diante das deficiências dos sistemas de transportes coletivos de massa, como os metropolitanos. A disponibilidade dos equipamentos urbanos também está concentrada, não havendo também planos diretores para a maioria das cidades que vão crescendo de forma desordenada.

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Concentração de prédios em Fortaleza (CE) e em Belém (PA)

Em muitos países europeus, são poucas as grandes metrópoles, como acontece também nos Estados Unidos e até em países emergentes do Novo Mundo, como na Austrália ou no Canadá. Na Ásia como na América Latina, verifica-se uma tendência de concentração de novos edifícios, semelhante com o que acontece no Brasil, por razões idênticas.

Em algumas cidades do Nordeste Brasileiro, estes edifícios tendem a concentrar-se junto às praias e alguns bairros considerados de mais alto padrão. O fenômeno parece ter se acentuado com a disponibilidade de financiamentos imobiliários, inicialmente atendendo a nova classe média, e agora também as demandas de pequenos apartamentos para solteiros, novos casais e até descasados.

Também os jovens que conseguiram uma razoável independência econômica estão procurando seus próprios imóveis, abandonando os antigos costumes de continuar com os seus pais, formando grandes famílias, que passaram a se reunir somente de forma esporádica.

Com as tendências das novas famílias ocuparem apartamentos, também se verifica a multiplicação de sítios ou residências nas praias e nas montanhas para os fins de semana. Com isto, o tráfego, notadamente nos feriados mais longos, tende a se tornar infernal.

Com a piora do trânsito, há alguns refluxos de residências que ocupavam áreas mais distantes para os grandes centros, notadamente na procura de escolas, locais de trabalho, ao mesmo tempo em que as facilidades de comércio e serviços como os dos restaurantes se espalharem por novas regiões.

A matéria publicada no site de O Globo refere-se a um ranking de capitais e suas regiões metropolitanas, destacando-se cinco do Nordeste, como São Luiz, Aracaju, Natal, Maceió e João Pessoa, e duas do Norte, Manaus e Macapá. Tudo indica que este ranking não está conseguindo captar o que aconteceu nas grandes cidades destas regiões, que também passaram a contar com novas áreas com muitos edifícios residenciais, como Fortaleza, Recife e outros do Sudeste ou do Sul do país.


6 Comentários para “Exageros de Verticalização nas Cidades Brasileiras”

  1. Araújo
    1  escreveu às 14:25 em 16 de maio de 2013:

    A CIDADE INTERIORANA MAIS VERTICALIZADA DO NORDESTE, E BEM DISTANTE DAS DEMAIS, É A CIDADE DE CABEDELO-PB, PERTENCENTE A REGIÃO METROPOLITANA DE JOÃO PESSOA. A DIFERENÇA PARA AS OUTRAS É GIGANTESCA!!. JP, 16.05.13

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 23:46 em 16 de maio de 2013:

    Caro Araújo, obrigado pelos comentários. Só conheço Cabedelo de muitas décadas passadas, não conhecendo a sua situação atual.

    Paulo Yokota

  3. eliézer
    3  escreveu às 19:44 em 14 de dezembro de 2013:

    Belém, por exemplo, está uma floresta de prédios altos e altas temperaturas, aonde anda-se na cidade tem espigões sendo erguidos.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 22:33 em 15 de dezembro de 2013:

    Caro Eliezer,

    Obrigado pelo comentário,

    Paulo Yokota

  5. antonio
    5  escreveu às 10:35 em 24 de janeiro de 2017:

    Em minha cidade, Campo Grande,capital de MS, desde os anos 80, tem uma lei municipal, que visa, controlar, o número de prédios altos, para dar mais qualidade de vida,na cidade,por isso, muita gente de fora, acha que a cidade, é bem pequena,pelo numero de edificios altos, mas a cidade é bem ampla, com bairros que chegam distar 18km , do centro da cidade….

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 17:11 em 24 de janeiro de 2017:

    Caro Antônio,

    Conheço Campo Grande que é uma cidade interessante.

    Paulo Yokota