Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Diferenças na Produção do Gás de Xisto

11 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: baseados no exemplo dos Estados Unidos, problemas encontrados, tentativas da China e da Polônia

Dado o sucesso obtido pelos Estados Unidos no aumento da produção do gás e do óleo do xisto, mesmo com os problemas ecológicos existentes, todos os países que possuem abundância do xisto estão envolvidos nos esforços para o mesmo tipo de aproveitamento econômico. No entanto, estão se constatando diferenças que estão mostrando que nem sempre o mesmo resultado pode ser obtido, por variadas razões. As estruturas das rochas de xisto aparentam apresentar diferenças pelas diversas regiões onde ocorrem estas estruturas, além do elevado consumo de água, que nem sempre estão amplamente disponíveis. Um artigo publicado por Kate Mackenzie no Financial Times relata as dificuldades que estão sendo encontradas na China e na Polônia.

Todos os países procuram obter sua independência energética, e se entusiasmaram com a disponibilidade do xisto, em maior ou menor quantidade. Na Polônia, dispõe-se de uma geologia propícia e o seu governo estava entusiasmado e na China há vasta disponibilidade aparente e capacidade de explorar estas possibilidades. No entanto, ambos os países estão demorando a atingir uma produção expressiva do gás do xisto como previsto, indicando que nem sempre a tecnologia utilizada nos Estados Unidos proporcionam os mesmos resultados.

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Na China, foi estabelecida a meta de produção de 6,5 bilhões de metros cúbicos de gás de xisto em 2015 e se considerava que seria fácil atingi-lo no início, segundo afirmava o economista Lin Boqiang da Universidade de Xiamen, mas agora a situação se mostra mais difícil. O que se constata é que as formações diferem uma das outras, e as técnicas utilizadas nos Estados Unidos nem sempre se mostram eficientes.

Mas na China está se verificando o interesse de grupos estrangeiros com sólidas experiências tecnológicas, como a Shell, a Chevron, a ConocoPhilips e a Total. A Shell, por exemplo, deseja dois anos para tomar a decisão final sobre seus investimentos, pois os resultados obtidos pelas empresas chinesas estão abaixo de suas expectativas. O outro problema é a disponibilidade de água, que difere por regiões, havendo algumas que sua escassez é considerada extrema.

Na Polônia, os 46 poços exploratórios até agora não conseguiram atingir um nível comercial. Algumas empresas consideravam o país europeu com maiores possibilidades, mas a Marathon Oil e a Talisman Energy seguiram a Exxon Mobil deixando o país, onde tinham contratos assinados. Estas empresas não parecem ser as únicas, se os poços não conseguirem escalas comerciais de produção.

Algumas empresas já introduziram modificações, aumentando as explorações com 1.000 metros de profundidade para até 5.000 metros, sem a necessidade de autorização adicional das autoridades locais. Os grupos não se mostram satisfeitos com a participação de um operador estatal e as estruturas geológicas estão se mostrando frustrantes.

Estes casos estão mostrando que as perspectivas para países como no Brasil, onde o xisto se mostra pobre, não devem ser demasiadamente otimistas. Mesmo no caso do petróleo, como o caso do pré-sal, a exagerada participação da Petrobras em condições geológicas mais difíceis,mostra-se preocupantes num cenário internacional onde os preços tendem a ser declinantes com as descobertas de outras fontes de energia.