Futebol Como Lamentável Mecanismo de Corrupção
16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades analisadas pelo The Economist, dois artigos sobre o assunto, esporte mais popular do mundo, os variados problemas existentes
Todos sabem que, lamentavelmente, os esportes profissionais que envolvem cifras astronômicas estão sujeitos às ações costumeiras dos criminosos. Quando o Japão resolveu criar a sua J. League efetuou um estudo que mostrava que a metade dos recursos publicitários envolvendo todos os esportes no mundo se destinava ao futebol, que desperta a paixão de pessoas simples como sofisticadas na maioria dos países, pobres ou desenvolvidos. A revista inglesa de circulação universal The Economist publica dois artigos que relacionam algumas atividades ilícitas que envolvem este esporte. Se existem brasileiros que pensam que estas irregularidades são marcas nacionais podem ficar aliviados, pois ocorrem por toda a parte, apesar dos esforços para coibi-los.
As autoridades procuram auxiliar este esporte ocasionalmente, pensando promover o país e quando necessário utilizando a sua força policial. Como em muitos países existem pesadas apostas envolvendo os resultados, a revista aponta que existem gângsteres profissionais envolvidos no futebol. São até cômicas as histórias conhecidas sobre estas manipulações, como de times falsos de alguns países, e muitas associações nacionais como o da China foram atingidas por descréditos públicos. Grandes esforços estão sendo feitos para evitar estas pragas, com pouco sucesso.
Joseph Blatter, presidente da FIFA
Autoridades fiscais que fizeram vistas grossas no passado para as transferências de jogadores e seus salários começaram a intervir. Na Finlândia, como em outros países europeus, onde os criminosos assumiram o comando de clubes, estão sendo utilizados sistemas governamentais de smartphone para denúncias de manipulação de resultados. Autoridades coreanas proibiram a atuação de dezenas de jogadores depois de um escândalo que envolveu dezenas de presos, afirma a revista. Cingapura vem sendo criticada por não evitar redes de jogos com manipuladores de partidas.
Todos os meios são utilizados como o suborno de juízes com o uso de prostitutas, que é considerado tradicional. Muitos dirigentes de futebol afirmam que os problemas com os criminosos são com a polícia. Estas dificuldades não são exclusivas do futebol, existindo em diversos outros esportes. Mas, parece que seus dirigentes não estão se empenhando para a redução dos problemas.
Existem acusações que muitos dos seus dirigentes estão envolvidos com as escolhas viciadas dos locais de jogos bem como os patrocínios que já estão estabelecidos por décadas. Também existem variadas operações que envolvem a lavagem de dinheiro, com a aquisição de clubes com pequenas frequências de público que acabam contando com rendas elevadas.
A revista menciona a ação de alguns cartolas brasileiros. Também o mercado de jogadores, inclusive com terceirização de seus passes, permitem muitas operações duvidosas, nos mais variados sentidos. Os agentes e intermediários destas operações também não são transparentes. Alguns clubes são de empresas que nem sempre declaram tudo para o fisco.
Muitos dirigentes de clubes parecem envolvidos em operações não muito transparentes, sendo que os de alguns países acabam ficando com fama destas irregularidades. Todos estes vícios, inclusive os de manipulação de resultados, são difíceis de serem apurados, pois as eventuais falhas de jogadores podem ter as mais variadas causas.
Existem notas diplomáticas, ora divulgadas, que se referem às muitas irregularidades. Algumas associações nacionais estão fazendo investigações sobre os que adquirem times sobre suas idoneidades. Lamentavelmente, ainda que o futebol seja um esporte que atrai multidões, talvez por isto mesmo, também faz com que desonestos de variadas espécies acabem por ludibriar o público e as autoridades.
Enquanto os envolvidos no futebol sejam seres humanos sempre haverá irregularidades, mas sempre com a esperança que sejam os toleráveis, com a disposição das autoridades e dos dirigentes para se empenhem na redução das mesmas.