Temperaturas Elevadas no Hemisfério Norte
6 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades energética e de abastecimento de água, informações dos Estados Unidos e do Japão, por um longo período, verão com temperaturas elevadas
Mesmo que ainda não hajam evidências científicas, os termômetros e as estimativas dos meteorologistas estão indicando que possivelmente ingressamos numa era de elevadas temperaturas no mundo durante o verão, com os dados disponíveis no hemisfério norte. Nos Estados Unidos, já se esperam temperaturas que cheguem a 50 graus centígrados em algumas áreas, como na região de Las Vegas, e as informações dos costumeiros gigantescos incêndios que estão sendo acompanhados de fortes ventos, que vitimam até dezenas de bombeiros que trabalham no seu combate, incendiando centenas de moradias. Os dados do Japão indicam que em 2010 em Tóquio houve 71 dias com temperaturas acima de 30 graus, com elevada umidade numa cidade litorânea. Em 2011 e 2012, foram mais de 60 dias, estimando-se que neste verão japonês estes dados sejam superados, segundo o meteorologista Masamitsu Morita afirma para o Shukan Gendai, informação reproduzida num artigo do Japan Times.
O artigo informa que o número de chamadas de ambulância está sendo recorde, pois as temperaturas noturnas estão sendo denominadas de noites tropicais, provocando a insolação principalmente de idosos, com temperaturas que superam a 25 graus. É preciso compreender que o Japão passa por um período de restrição de usos de energia elétrica, pois 50 dos 52 reatores nucleares estão desativados, evitando-se o uso de ar condicionado. Nos escritórios, está se utilizando o estilo chamado cool biz, para que as pessoas possam trabalhar com roupas informais, mesmo nos gabinetes como do primeiro-ministro, dispensando-se a gravata e até o paletó.
Estilo cool biz, adotado no Japão para evitar uso de ar condicionado economizar energia
As indicações científicas já demonstram que as temperaturas das águas das correntes marítimas estão se elevando ligeiramente, o suficiente para provocar fortes irregularidades climáticas, que já extravasam os períodos considerados normais, como a ocorrência de nevadas e inundações mesmo no mês de junho, tanto na Europa como na Ásia.
Estão se comprovando degelos nas regiões polares como nas montanhas mais elevadas, atingindo áreas onde as neves eram consideradas eternas. Isto acaba provocando a elevação lenta do nível do mar, colocando em risco as regiões mais baixas e do litoral, algumas fortemente habitadas.
O dramático de tudo isto é que as autoridades dos diversos países, preocupadas prioritariamente com o estímulo de suas economias, não chegam a um acordo para evitar o aquecimento global com o estabelecimento de metas claras. Muitas atividades reconhecidamente poluentes continuam sendo toleradas, com o exagero de fontes que provocam este fenômeno.
Em muitos lugares, como regiões da China, acabam tendo alguns dias sem a possibilidade de manter o trabalho normal, pela absoluta incapacidade dos trabalhadores resistirem à poluição. Os Estados Unidos e a China continuam sendo considerados os mais responsáveis pela poluição atmosférica, ainda que mesmo países emergentes como o Brasil também tenham a sua cota de responsabilidade, tanto pelos desmatamentos como pela circulação desenfreada de veículos poluentes.
Pelo visto, a sensatez humana só será conseguida quando as condições naturais chegarem ao extremo. Parece que somos incapazes de tomar medidas preventivas diante de evidências claras sobre as tendências futuras. E ainda dizem que somos racionais.