Turismo no Japão Pouco Conhecido no Ocidente
4 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diferente dos estereótipos dos brasileiros, Festival de Gion em Quioto, o turismo no Japão durante o verão local, Tanabata de Sendai
A imagem usual dos japoneses para os brasileiros é que se trata de um povo cortês, mas bastante reservado, não havendo muitas manifestações coletivas de alegria. Sendo um país de clima temperado, o seu verão seria ameno, e o turismo para aquele longínquo país seria de elevado custo. Não há dúvidas que estão distantes do Brasil, mas como em muitos países de clima temperado o seu verão apresenta uma elevada temperatura, e a sensação de calor é agravada pela sua alta umidade de um arquipélago com muitas cidades litorâneas. Acaba dando a impressão de estar no Rio de Janeiro ou em Belém do Pará, na temporada de verão, cujo pico ocorre em agosto. Evidentemente, se dispõe de muitos atrativos culturais de um país, bem preservados, com história milenar e uma cultura asiática, porém diferenciada porque os japoneses vivem por longo tempo num conjunto de ilhas, relativamente separado do continente e do resto do mundo.
Ainda assim, uma das suas manifestações populares mais prestigiadas ocorre no próximo dia 17 de julho, no Festival de Gion, na antiga capital do Japão, a cidade cheia de atrativos turísticos e culturais que é Quioto. Nela, há um desfile de 32 carros alegóricos de rara beleza, acompanhado por uma multidão incalculável de participantes, aparentando um verdadeiro carnaval nipônico. Um artigo publicado por Yuji Washio no tradicional Yomiuri Shimbun, que tem uma das maiores tiragens do mundo, informa sobre sua tradicional influência ocidental, mostrando que se trata de um evento transcultural.
A tapestry on the front of the Kanko-boko float at the Gion Festival in Kyoto is thought to depict scenes from Genesis in the Old Testament. The Yomiuri Shimbun
Ainda que Quioto seja um centro tradicional da indústria de tecelagem do Japão, inclusive de tapetes artesanais de elevado valor, muitos destes carros alegóricos apresentam tapeçarias do tipo ocidental na sua rica ornamentação. São como museus ambulantes e a origem destes tapetes parece ser do período em que os cristãos foram perseguidos durante o período Edo (1603-1867), quando estas peças foram doadas e posteriormente utilizadas nestes festivais, para demonstrar a riqueza dos seus doadores.
Um parece retratar a busca de uma esposa para Isaac, como descrito no Velho Testamento. Mas também existem os que se referem à Guerra de Troia tendo sido enviado de Roma e da Espanha, havendo os que se referem à fabricação na Holanda, que foi o único país que manteve um entreposto no Japão durante o seu longo isolamento do Ocidente.
Muitos destes carros alegóricos costumam ficar expostos em locais especiais durante o ano, atraindo os turistas o ano todo. Todos podem apreciar seus ricos trabalhos, e só vão para a rua nestes tipos de festivais que ocorrem em diversas cidades japonesas.
Outro Festival relatado pelo suplemento de turismo da Folha de S.Paulo é o de Tanabata Matsuri, como o que é famoso da cidade de Sendai, no nordeste do Japão. Refere-se a um caso de amor de um casal que foi forçado a se separar, que conta com uma versão mais modesta no bairro da Liberdade, em São Paulo, comemorada nos últimos dias do mês de julho.
Tanabata Matsuri, no tradicional bairro da Liberdade. Foto: Aldo Shiguti
Como o Japão procura manter-se competitivo, o seu câmbio está desvalorizado, e refeições simples como os dos ensopados de macarrão de diversos tipos podem ser tomados com custos de alguns dólares. A maior corrente turística para o Japão era dos chineses, mas com as disputas de ilhas este fluxo diminuiu sensivelmente, deixando vazios muitos hotéis e demais estabelecimentos voltados para os turistas com capacidade de bom atendimento, a custos razoáveis, principalmente quando comparados com os elevados no Brasil.