Impressionante Produção de Petróleo do Texas
2 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Mark J. Perry, problemas que podem ocorrer, publicação do American Enterprise Institute
Se existe algo que vem impressionando o mundo é o assustador aumento da produção de petróleo nos Estados Unidos, e um artigo escrito por Mark J. Perry, divulgado pelo American Enterprise Institute, permite entender parte do que vem ocorrendo. Segundo o artigo, a The Energy Information Administration (EIA) divulgou novos dados da produção de petróleo nos Estados Unidos e um dos destaques da sua atualização mensal é o aumento da produção do maior estado produtor do país, o Texas, que continua com sua ascensão meteórica. O blog do American Enterprise Institute informa que a entidade privada defende a Liberdade, a Oportunidade e as Empresas.
Os dados do gráfico abaixo, com legenda em inglês, informa que a produção diária de petróleo do Estado de Texas, nos Estados Unidos, do tipo Saudi Texas foi de cerca de 2.525 milhões de barris diários em maio último, superior ao de abril de 1982 a partir de quando vinha se reduzindo persistentemente. Agora se encontra numa ascensão impressionante, ainda que não seja considerado de melhor qualidade. Uma parte é explorada pela Saudi Aramco que é uma estatal de propriedade da Arábia Saudita, conhecida como o maior produtor mundial de petróleo, inclusive de boa qualidade, os considerados leves.
Segundo o gráfico, a produção nos últimos 27 meses mais que dobrou, um crescimento que não encontra paralelo na história dos Estados Unidos, num curto período de tempo. Este aumento corresponde à produção toda que vem do chamado North Dakota Bakken, que é uma formação daquele estado.
Este aumento da produção do Texas está revertendo 27 anos de declínio que chegou a 20% da produção do país. Esta produção está se realizando no chamado Eagle Ford Shale e no campo Permian Basin, utilizando a tecnologia do fraqueamento do xisto. Texas chegou a 34,5% da produção dos Estados Unidos.
Só o Estado do Texas já é o 11º produtor do mundo, e no ritmo atual até o final do ano deve superar o Kuwait, México e Iraque, chegando ao 8º lugar entre todos os países. O emprego no Estado aumentou 303 mil vagas.
Toda esta atividade está gerando alguns novos heróis norte-americanos, como George Mitchell, que segundo o Wikipedia faleceu recentemente, no dia 26 de julho de 2013 aos 94 anos, que, além de desenvolver a tecnologia do fraqueamento, tornou-se um dos principais filantropos dos Estados Unidos.
Nunca é demais alertar que, segundo muitos cientistas e ecologistas, esta técnica do fraqueamento está contaminando o subsolo, pois implica na injeção de muita água com produtos químicos para provocar a quebra das rochas de xisto que contêm petróleo e gás. Além de exigir uma grande quantidade de água, parte que já está sendo reaproveitada, há indícios de contaminação de águas potáveis que aumentam o seu conteúdo de metano.
Em alguns países como no Reino Unido, apesar da abundância das reservas de xisto, não se dedicam à produção de petróleo e gás, com receio dos danos ecológicos, com as tecnologias hoje disponíveis. Também se comprovou que as diversas reservas apresentam características diferenciadas, e a mesma técnica não proporciona os mesmos resultados em todos os lugares.
De qualquer forma, é inegável que o custo do petróleo e do gás está em queda com a produção a partir do xisto em todo o mundo, havendo possibilidade de grandes mudanças, não só na matriz energética, como no poder econômico e político dele decorrente.