Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Medicina e Diplomacia Brasileira no The Economist

31 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos do The Economist, mudanças na diplomacia brasileira, os problemas dos médicos no Brasil

Dois assuntos momentâneos do Brasil mereceram artigos do The Economist da próxima semana: o problema dos médicos brasileiros que evitam regiões difíceis e as mudanças no Ministério das Relações Exteriores, ainda que o foco desta edição seja a Síria. Colocam que entre os assuntos das reivindicações populares recentes estava a situação precária da saúde no Brasil, havendo uma concentração dos médicos nos grandes centros urbanos, ainda que a Constituição estabelecesse o atendimento universal de saúde para todos. O governo teria dado como resposta o programa Mais Médicos, e para tanto estaria promovendo a vinda de estrangeiros, notadamente de Cuba, num arranjo especial. O artigo aponta que o número de médicos é baixo no Brasil comparado com outros países.

Num outro artigo aborda-se o problema que ocorreu com a Bolívia com um senador que estava refugiado na Embaixada Brasileira e foi transferido para o Brasil, criando um problema entre os dois países, provocando a queda do ministro Antonio Patriota, que teria sido substituído por Luiz Alberto Figueiredo. Ainda que estes assuntos sejam de relativo interesse no exterior, o fato da presença de um correspondente da revista em São Paulo acaba provocando esta intensidade de artigos sobre os problemas brasileiros nesta revista que procura abranger os problemas mundiais.

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As matérias desta revista com relação ao Brasil têm tons críticos, como com relação aos outros países que não adotam a ideologia liberal da mesma. Apontam que no país as enfermeiras não são autorizadas a exercerem mesmo as tarefas mais simples de medicina que em outros países são permitidas, havendo um exagero de corporativismo dos médicos.

Nos Estados Unidos, esta falta de médicos seria estimulada com a formação de novos, mas que no Brasil eles são basicamente de escolas públicas. E os médicos costumam ser de famílias abastadas sem ligação com as comunidades carentes.

O artigo critica que a acolhida de médicos formados no exterior não está cercada de uma seleção adequada, mas também constatam que os médicos formados no Brasil não passariam por um teste mais rigoroso. Mas não fazem comparações com outros países que também contam com uma medicina limitada, atendendo a população da forma que for possível.

Sobre a diplomacia brasileira, além de se referir ao episódio do senador Roger Pinto que teria se desentendido com o presidente Evo Morales, fazendo com que o encarregado de negócios brasileiro promovesse, alegando razões de humanidade, a sua transferência para o Brasil depois de uma estada de 455 dias em La Paz, refere-se à atual precariedade da política externa brasileira.

Afirmam que a mudança do ministro teria pouca alteração na política externa brasileira, informando que muitas das decisões da área estão sendo tomadas pelo assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, desde a época do presidente Lula da Silva.

Segundo o artigo, o problema do Itamaraty decorreria de haver duas cabeças no comando da política externa, que seria o cerne das dificuldades. O Brasil estaria dando exagerada atenção às amizades do PT – Partidos Trabalhadores, com o também acontece com a Venezuela.