Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Eficiência Energética e Dependência dos Combustíveis Fosseis

11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Jules Kortenhorst no Project Syndicate, eficiência energética depois da OPEP, nova rodada sugerida pelo Rocky Mountain Institute

Jules Kortenhorst é CEO do Rocky Mountain Institute que opera nos Estados Unidos e tem procurando maior eficiência energética preocupado com os problemas das mudanças climáticas. Num apanhado histórico, informa que a cerca de 40 anos atrás, quando se formou a OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo, formando um cartel para a substancial elevação dos seus preços, o mundo enfrentou um grande desafio. Os Estados Unidos organizaram o DOE – Department of Energy em 1977 e um ano antes aprovaram a National Energy Act para efetuar a regulação industrial e de incentivos fiscais para promover a eficiência no uso dos combustíveis e de energia renovável.

Estas medidas resultaram, segundo o artigo, numa grande melhoria energética, tanto que, entre 1973 a 1985, o consumo de energia por dólar nos Estados Unidos diminui 28%, cinco vezes mais rápido do que nos 25 anos anteriores. Mas o declínio correspondente da demanda fez com que o preço do petróleo caísse em 1986, inaugurando uma nova fase de energia barata, facilitando o crescimento econômico de duas décadas, reduzindo a pressão sobre o governo para continuar perseguindo esta eficiência.

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Segundo o artigo, os preços do petróleo não refletem os verdadeiros custos do consumo dos combustíveis fosseis, pois existem outros custos humanos, inclusive as mudanças climáticas que estão sendo induzidas por estes atos.

O Quinto Relatório de Avaliação, recém-lançado no Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, fornece um quadro do que está acontecendo. A continuidade do consumo atual terá consequências devastadoras, como já está se observando.

Nos últimos anos, os governos mostraram que são incapazes de tomar medidas para a inversão da tendência, como muitas vezes tentado sem que se atinjam metas claras de redução do lançamento do CO2, inclusive por parte dos Estados Unidos.

O uso abusivo do petróleo e o gás do xisto está mostrando que os Estados Unidos perseguem a sua independência energética a qualquer custo. Não se pode aguardar outras medidas governamentais, exigindo que o próprio setor privado providencie a sua redução.

Existe um programa chamado Reinventing Fire, da Rochy Mountain Istitute, oferecendo uma estratégia para 2050, quando a economia norte-americana deverá ser 158% maior que a atual. Com medidas de eficiência energética, poderia se conseguir a não dependência do petróleo, do carvão e da energia nuclear. Os edifícios bem como os veículos se tornariam mais eficientes no uso da energia.

Segundo o artigo, não se poderia ficar na dependência passada, e uma mudança ousada poderia ser oferecida pelo mercado, segundo os seus autores, sendo necessário acreditar que em todo o mundo o setor privado poderá resolver este gigantesco problema, como costuma ser da crença dos norte-americanos.