A Escolha Brasileira do Caça Sueco
20 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: lamentações da Boing e da Dassault, notícia mundial, riscos, tecnologia conjunta, vantagens do Saab
Ainda que a maioria brasileira aprove a escolha do caça Gripen NG da Saad sueca para aparelhar a Força Aérea Brasileira, como é natural, parte da imprensa mundial estranha que F-18 da Boing norte-americana e a Rafale F3 da Dassault francesa tenham perdido a disputa. O brigadeiro Juniti Saito, comandante da FAB, sempre se mostrou a favor da opção sueca, nas discussões que demandaram 12 anos para o anúncio da decisão final. Todos sabem que o custo do Gripen NG é bem inferior aos dos concorrentes, e que a tecnologia será desenvolvida ainda em conjunto com os brasileiros, pois necessitam de testes complementares para ser comprovado como eficientes, mesmo que já tenham feitos os testes iniciais de voo.
O Brasil já teve problemas com a exportação de aviões militares, pois os Estados Unidos não aprovavam estas operações, alegando que eles tinham componentes de sua fabricação. Os franceses se esforçaram até o final, enviando o presidente François Hollande para o Brasil, que já tinham fornecido o Mirage no passado. No entanto, a preferência técnica da FAB acabou prevalecendo, ainda que os concorrentes possam alegar problemas políticos como as das espionagens, ou a falta de tradição dos suecos neste tipo de aeronave. Os especialistas em aeronáutica sempre preferem ficar com a preferência sobre a tradição de outras aeronaves, pois até os maiores fabricantes enfrentam problemas como a Boing com o seu 787, e os japoneses ainda não conseguiram fazer os testes completos ainda que tenham prontas as aeronaves que podem concorrer com as da Embraer.
SAAB Gripen NG Brigadeiro Juniti Saito
com a Embraer que é competente para a produção de aeronaves, inclusive militares e pretende ser um produtor importante tanto para atender as suas necessidades futuras como até para a sua exportação. O domínio da tecnologia é de extrema importância, sem contar com problemas para tanto, o que é possível com os suecos que também já contam com outras encomendas relevantes na Europa.
O Brasil conta com uma vasta fronteira internacional que precisa proteger. Bem como está ampliando seus investimentos na costa brasileira, principalmente na chamado pré-sal, que vão além das águas territoriais que são admitidas por muitas potências internacionais. Contar com adequado equipamento suficiente para tanto não se resume somente nos caças, mas também submarinos e equipamentos navais militares.
Com a tradição comprovada da Embraer, a que somam experiências passadas na produção competitiva de equipamentos militares, como tanques e helicópteros, conta com as condições básicas para dispor de produção própria para as suas necessidades, que são imensas. A escala permite cogitar também das exportações para seus vizinhos e outros mercados como já comprovou no Oriente Médio e na África, sem depender de outros países que restringem nossas operações.
A FAB e o Brasil estão de parabéns pela decisão tomada, mesmo que sempre existam alguns riscos, que podem ser minimizados com as condições já conquistadas.