Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Japonesa Takeda Pharmaceutical Quebra Tradição

5 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: CEO francês, exemplo de Carlos Ghosn, experiências internacionais, metade da receita fora do Japão, presença no Brasil com a Nycomed

A maior empresa farmacêutica japonesa, a Takeda Pharmaceutical, quebrou sua tradição de mais de 230 anos nomeando um não japonês para o seu cargo de CEO, contratando o francês Christophe Weber, de 47 anos. Metade da atual receita da Takeda é gerada fora do Japão, tornando-a uma das empresas multinacionais de grande importância mundial. Parece que é o caminho tomado por algumas empresas que estão ampliando suas atividades em escala internacional. Christophe Weber nunca tinha trabalhado para a Takeda, mas conta com um rico currículo de 20 anos de trabalho para a farmacêutica GlaxoSmithKline na França, Reino Unido, Bélgica e Cingapura. Segue caminhos como o aberto por Carlos Ghosn que foi da Renault para soerguer a Nissan, conseguindo um grande prestígio no Japão que acreditava que executivos estrangeiros teriam dificuldades com a cultura empresarial japonesa.

Mas o novo CEO terá que provar, como Carlos Ghosn, que tem capacidade para entender o que o setor empresarial japonês também tem de bom, acrescentando sua experiência internacional. Mas a Takeda também incorporou outros diretores estrangeiros para suas áreas de finanças, recursos humanos, bem levou para seu Conselho Tachi Yamada, médico da Universidade de Michigan e líder o programa global de saúde da Bill & Melinda Gates Foundation. Mostra com tudo isto uma forte intenção de se consolidar como uma forte organização internacional. O assunto está sendo divulgado num artigo elaborado pela Kanoko Matsuyama para a Bloomberg.

christophe_weberTakeda-Pharmaceuticals

Christophe Weber e edifício sede da Takeda

A Takeda obtém mais da metade de sua receita fora do Japão e cerca de dois terços dos seus 31.500 funcionários estão em outros países. No Brasil, ela atua por intermédio de sua subsidiária Nycomed, tanto suíça como norte-americana, já contando com cerca de um terço do mercado brasileiro de produtos farmacêuticos, esperando poder ampliar a sua participação.

Muitos executivos não japoneses foram contratados por empresas japonesas, mas nem todos se saíram bem em suas missões, tendo já deixado seus postos por variados motivos.

Christophe Weber, com sua experiência, deverá promover a redução do custo da Takeda e tirar o máximo partido da rede que a empresa já conta em todo o mundo para promover a venda de novos produtos, inclusive em países emergentes. Como ele é doutorado em farmacêutica, com mestrado em finanças na Universidade de Lion, e conta com experiência na área Pacifica-Asiática tendo atuado com base em Cingapura, conta com todas as condições para executar um bom trabalho.