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Preservação da Floresta Amazônica no Foreign Affairs

27 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Carter Roberts do World Wildlife Fund no Foreign Affairs, maior projeto de conservação da floresta tropical, pouco divulgado no Brasil

Foi assinado em 21 de maio último um ato do governo brasileiro, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, para garantir a sustentabilidade de Unidades de Conservação da Amazônia que cobrem 15% da Amazônia brasileira. A ARPA – Áreas Protegidas da Amazônia receberá R$ 477 milhões (equivalente a US$ 215 milhões), que garantirá pelos próximos 25 anos o financiamento dos 60 milhões de hectares destas Unidades de Conservação, apoiadas pelo programa. Participaram da cerimônia representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério para a Cooperação e Desenvolvimento Alemão (BMZ), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), da Fundação Gordon e Betty Moore, da WWF – Brasil, do WWF dos Estados Unidos e do Global Environment Facility (GEF). Ou seja, entidades da maior importância nos esforços de preservação do mundo.

O ato pouco divulgado no Brasil foi objeto de um artigo escrito por Carter Roberts, o CEO do World Wildlife Fund, que tem uma parceria com o Brasil no ARP desde o início do programa em 2002. Veio desde a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso e passou pelo presidente Lula da Silva, chegando à atual. O artigo publicado no Foreign Affairs menciona que beneficiará 150 milhões de hectares, uma área três vezes maior do que todos os parques nacionais dos Estados Unidos.

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Ministra do Meio Ambiente e instituições parceiras anunciaram investimentos de R$ 477 milhões (US$ 215 milhões) no Programa de Áreas Protegidas da Amazônia. Foto: Divulgação/MMA

O mecanismo financeiro utilizado foi criativo. Somente os recursos do Fundo constituído por financiamento serão aplicados nos custeios da manutenção destas áreas, mas o governo brasileiro se compromete a manter sua integridade, repondo atualmente os valores que as preservem, mesmo com as amortizações dos empréstimos.

Com isto, cria-se a expectativa de que a preservação terá um horizonte de longo prazo, mantendo um compromisso que foi assumido durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em 2012, o chamado Rio + 20.

Na realidade, com estas iniciativas, o Brasil dá um exemplo mundial do esforço que está efetuando, com a participação de importantes instituições internacionais voltadas à conservação das florestas. Neste período, o governo vem criando os parques nacionais como das Montanhas Tumucumaque, que é do tamanho da Suíça, Terra do Meio Estação Ecológica e Parque Nacional da Serra do Pardo, que compõe mais de 9,1 milhões de hectares contíguos que ligam cerrados ao Sul das florestas tropicais amazônicas. Até 2011, a ARPA incluía quase 100 áreas protegidas que cobrem 128 milhões de hectares.

Os esforços para evitar desmatamentos clandestinos estão em andamento, destacando o Brasil como um dos países que mais cuidam do seu meio ambiente, o que já é reconhecido no exterior, e nem sempre é do conhecimento dos brasileiros.