Coquetéis Para Driblar a Tributação
4 de julho de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: competição entre três grandes empresas, coquetéis para competir com a cerveja, problemas tributários
Há alguns anos, as grandes indústrias de bebidas alcoólicas japonesas, a Suntory, Kirin e a Asahi, estão ampliando a oferta de alternativas para a cerveja, que vem sofrendo uma queda nas vendas, diante do aumento de sua tributação que decorre do atual plano econômico em execução naquela economia. Enlatados como as cervejas, estes RTDs – Ready-to-Drinks contam com um teor de álcool de até 9%, muitos com cocktails utilizando a vodka, com variados sabores, informando que não são exagerados em calorias, como o Strong Zero da Suntory. Eles também os chamam de cheapest beerlike drinks.
Estas bebidas são oferecidas normalmente nos atuais verões japoneses, e acabam envolvendo um elevado número, com a Suntory lançando o número recorde de 23 cocktails enlatados entre junho e agosto, quando no ano passado lançaram 17. A Asahi lançou em maio, e a Kirin uma nova coleção em junho. A Suntory espera aumentar a produção em 10% neste verão. Eles têm conseguido dobrar as vendas desde 2001. Acompanham a tendência da moda de aumentar a consciência de saudável que prevalece notadamente entre os jovens, na febre de serem de baixa caloria.
Products with up to 9 percent alcohol, such as Suntory Holdings’ Strong Zero vodka tonic, are often taxed at rates lower than beer. The Japan Times
Estas bebidas estão sendo lançadas com preços que correspondem a cerca de 70% das cervejas, por contarem com tributações mais baixas, sendo colocados por cerca de US$ 1,50 no mercado, para as latas de 350 ml.
O aumento das vendas destas bebidas deve crescer em cerca de 3% neste ano atingindo cerca de 13 milhões de latas no caso da Suntory, que controla cerca de um terço deste mercado, enquanto as cervejas decrescem em 1%.
Na esteira da Suntory vem a Kirin, sendo que a Asahi é a retardatária neste tipo de bebida no Japão.
Este tipo de comportamento do mercado parece mais específico daquele país, que sofre com o problema da elevação da tributação, não se imaginando que acabe se repetindo em países onde o consumo do coquetel não é tão popular, como no Brasil.