Antes Tarde do que Nunca
12 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: caso do Irã, encontro entre Barack Obama e Raul Castro, mudanças na política externa norte-americana, posição brasileira, reunião de cúpula das Américas
Lamentavelmente, os Estados Unidos vieram adotando algumas medidas de política externa que tardiamente estão sendo revistas, como o boicote a Cuba.
Depois de 56 anos de boicote dos Estados Unidos a Cuba, começam serem tomadas medidas para a superação destas restrições absurdas
Ainda que tardiamente, os Estados Unidos aceleram as revisões absurdas de sua política externa. Retomaram os contatos com o Irã e agora com Cuba, no final do período de administração de Barack Obama, ainda que continuem existindo resistências de parte da direita norte-americana, que continuam estabelecendo restrições incompreensíveis para que país que pretende ser a maior liderança mundial.
Ainda existam medidas que não conseguem ser superadas, como a manutenção da prisão de Guantánamo, onde os Estados Unidos mantêm prisioneiros considerados potencialmente terroristas sequer com processos abertos, sem o mínimo respeito aos direitos ou os princípios aceitos internacionalmente como de Justiça, ainda que existam esforços para a extinção desta situação constrangedora.
Tudo isto indica como a democracia é difícil de ser plenamente implantada até num país que se considera o campeão neste regime. Ainda que se tenham divergências entre países, há que se admitir que países independentes precisam ser respeitados nas suas orientações, havendo necessidade de entendimentos no mínimo diplomáticos.
O Brasil, com todas as suas limitações, procura manter relações diplomáticas com todos os países, mesmo que divirja radicalmente da orientação de alguns deles. E, neste sentido, vem contribuindo que muitos países, a muito custo, efetuem suas revisões, servindo de uma das pontes para o entendimento.
Sem possui o poder militar de outras potências, o Brasil já conta com uma longa tradição de solução diplomática de muitos conflitos, ainda que nem sempre tenha a compreensão de muitos brasileiros que esperam a adoção de orientações radicais.
No mundo globalizado, onde todos os países procuram entendimentos utilizando os importantes mecanismos diplomáticos, o Brasil vem servindo de exemplo, mantendo uma tradição que começou no século XIX, com um grande diplomata que ficou consagrado no mundo como Barão de Branco. Hoje se amplia, de forma significativa, que este tipo de princípio é muito importante, principalmente quando se trata de países todos americanos.
Espera-se que também internamente o Brasil adote a mesma posição, com a convivência democrática de pessoas que pensem de formas diferentes.