Redução da Produção de Petróleo do Xisto nos EUA
23 de abril de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: início da queda da produção do petróleo do xisto nos EUA, os problemas além dos preços, redução das plataformas de extração do petróleo | 3 Comentários »
A pretensão norte-americana de autossuficiência no abastecimento de petróleo levou o país a uma de suas maiores aventuras, com substanciais danos ecológicos. O fenômeno começa entrar em declínio diante dos preços atuais do petróleo e dos absurdos danos ao meio ambiente.
Gráficos ilustrativos do artigo publicado no Nikkei Asian Review
A abundância de reservas de xisto com características diferentes em muitas regiões dos Estados Unidos levaram ao desenvolvimento de uma técnica para a sua exploração pelo processo chamado de fraqueamento. Consistia na injeção de um elevado volume de água com produtos químicos que provocavam a pulverização das rochas de xisto, liberando petróleo e gás que eram extraídos. Mas, além de uma grande contaminação destas águas, provocavam as possibilidades de abalos dos solos que eram sustentados por estas rochas, causando pequenos terremotos que se tornaram frequentes em algumas regiões.
O aumento da oferta de petróleo, ao mesmo tempo em que a OPEP recusava a diminuição de sua produção, provocou uma substancial queda dos preços, que vieram do nível de US$ 110 por barril para menos de US$ 50. Com isto, as produções destas produções mais custosas a partir do xisto, bem como de alternativas como a solar e eólica tornaram-se não competitivas, começando a reduzir as produções mais custosas. Isto levou a uma redução do interesse na instalação de novas plataformas para estas explorações a partir do xisto, bem como a diminuição de petróleo que começa a ocorrer nos Estados Unidos, como pode ser verificado nos gráficos acima.
Os estragos já foram feitos, com as contaminações de muitas águas onde eram abundantes, bem como a possibilidade de ocorrer vários pequenos terremotos que se tornaram frequentes em algumas regiões. Outros países que não se podem dar ao luxo de contaminar suas poucas águas, como a China, também eliminaram suas cogitações. Isto deve recuperar uma lenta elevação dos preços do petróleo, se novas zonas produtoras como o pré-sal não aumentarem significativamente a sua produção.
Portanto, ainda que estas atividades que vieram incentivando a recuperação da economia norte-americana venham a ser reduzidas, as preservações ecológicas acabam se tornando mais possíveis. Tudo isto mostra que nem sempre atividades novas e que aparentam promissoras do ponto de vista econômico sejam santos milagres, podendo provocar prejuízos para os novos aventureiros.
Bela matéria, parabéns!
Onde estão as pessoas preocupadas com o meio ambiente? A começar com o GREENPEACE…
Inacreditável como as pessoas são manipuladas!
Caro Ewerton Luiz,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota