Entrevista Inteligente com Rodrigo Oliveira do Mocotó
26 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: Adriana Abujamra do Valor Econômico, entrevista com o chef Rodrigo Oliveira do Mocotó, uma tarde agradável no Esquina Mocotó.
Sempre é difícil fazer uma entrevista diferenciada com um personagem como Rodrigo Oliveira, do Mocotó, e a jornalista do Valor Econômico conseguiu a que está publicada no suplemento Eu & Fim de Semana.
Uma das ilustrações publicadas no Valor Econômico, no suplemento Eu & Fim de Semana, com a entrevista com o chef Rodrigo Oliveira do Mocotó
Já vi muitos reclamarem de ter que ir até a Vila Medeiros e esperar um bom tempo para ser atendido no Mocotó, que conta agora também com a Esquina Mocotó, que para mim não tem o mesmo charme. A “viagem” até lá, a espera bem como a movimentação fazem parte do programa que é recomendado para um grupo de pessoas, pois os pratos são fartos e muitos quase obrigados a serem provados. Mas não conheço alguém que tenha reclamado da culinária que lá se pratica, tipicamente do Nordeste, que vem do pai Zé Oliveira, e recebeu uma nova leitura do chef Rodrigo Oliveira. Confesso que eu e minha família somos frequentadores, não diria assíduos, mas eventuais, principalmente no sábado, tomando o cuidado de chegar lá pelas 11h30 e aguardar a sua abertura.
Conheci muitos pratos viajando por diversos lugares do Nordeste brasileiro, mas acho que os servidos no Mocotó são mais adequados aos paulistas e estrangeiros que o frequentam, sendo menos salgado, mais leve em gordura, um pouco menos de açúcar, sem exageros. Uma leitura moderna do que é do sertão nordestino, sem dúvida, e que continua sendo aperfeiçoado pelo criativo chef Rodrigo Oliveira, hoje amplamente conhecido no mundo, como um digno representante da culinária brasileira autêntica.
Isto decorre não só da genialidade do atual chef, mas do acúmulo de muito trabalho ao longo de décadas. Vila Medeiros é um bairro de muitos nordestinos que vieram para São Paulo e muitos outros restaurantes simples trabalham com iguarias que estão sofrendo os efeitos do Mocotó.
Apesar da Esquina Mocotó ser um pouco mais chique, não exigir muita espera, ainda o original é o meu preferido por ser mais autêntico, com pratos que podem ser dividido por muitos. Lamentavelmente, estou proibido pelos médicos de consumir bebidas alcoólicas e não posso falar da incrível coleção de aguardentes do Mocotó, que suaviza a espera para muitos clientes.
A reportagem, sem nenhuma afetação, como o Mocotó, consegue transmitir a essência do estabelecimento que não pode ser distinguido hoje do seu chef. Ainda que existam outros restaurantes de comida brasileira em São Paulo, bem como outros conhecidos Brasil afora, a minha preferência continua sendo a do Mocotó, com todas as circunstâncias que o cercam. E parece que não se trata de uma opinião isolada, mas de muitos renomados chefs de concorrentes.