Preocupações Com as Exageradas Especializações
28 de junho de 2015
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: exageradas especializações, falta de um humanismo nos sentido mais amplo, o exemplo de artigos no The New York Times.
Muitos podem concordar que o The New York Times pode estar entre os melhores jornais do mundo e tomando-se dois dos seus artigos republicados em português em 27-6-2015 no suplemento da Folha de S.Paulo fica-se preocupado com a excessiva especialização que está ocorrendo nos Estados Unidos.
Uma ilustração da cooperação entre a Folha de S.Paulo e o The New York Times International Weekly
O primeiro é de Tess Felder, com o título “Encarando a vida com equilíbrio”, e o segundo e de Justin Gillis, intitulado “Religiões abraçam defesa do ambiente”. Felder toma o exemplo do corredor Alex Hutchinson sobre o equilíbrio de quem efetua esforços físicos; Natasha Dow Schull, do MIT, sobre a possibilidade de “embotamento mental”, e Jeff Sommer ,sobre resultados financeiros melhores quando se pensa no longo prazo, sem se restringir às operações de curto prazo.
Gilles menciona o caso de cristãos, muçulmanos e judeus se concentrando nas preocupações conservacionistas, mencionando explicitamente a ação do Papa neste sentido. Ambos os artigos estão corretos, mas não se mencionam nada da contribuição asiática neste sentido, como as meditações budistas ou as longas preocupações com o meio ambiente de budistas e xintoístas, entre outros asiáticos no mesmo sentido.
Da leitura de ambos os artigos, fica-se com a impressão que jornalistas tão importantes do Ocidente se restringem ao que acontece nesta parte do mundo, como se o Oriente não existisse, nem para uma simples menção.
Tudo indica que a exagerada departamentalização do conhecimento, enfatizando a especialização pelos Estados Unidos, deixou de considerar a necessidade de um humanismo no sentido mais amplo, onde a formação dos seres humanos exige outros conhecimentos, como da história e geografia, da filosofia, da política como de todas as ciências sociais. Os seres humanos, tanto para maior eficiência econômica como compreensão do que está ocorrendo em todo o mundo globalizado, parecem necessitar de uma formação mais ampla, que não se restrinja somente ao meio em que estão diretamente inseridos.
Com a importância da forma de pensar dos norte-americanos no mundo, parece se esquecer das contribuições europeias, asiáticas e do resto do mundo, que extravasam o ambiente dos Estados Unidos, por mais importante que ele seja.