Toyota Procura Inovar Para Manter sua Rentabilidade
6 de janeiro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: dificuldades com a plataforma IMV, sucesso com o Prius e Lexus, um novo posicionamento da Toyota, veículos para o mercado emergente. | 10 Comentários »
A Toyota, como a líder da indústria automobilística mundial, procura formas de manter a sua rentabilidade, pois os investidores estão em dúvidas sobre suas possibilidades de superar em 2016 as dificuldades de toda a indústria do setor no mundo.
Lançamento do novo Prius em foto publicada no Nikkei Asian Review
A Toyota é uma gigantesca empresa que conta com Akio Toyoda como CEO. Ele é da família fundadora do grupo e procura imprimir sua marca pessoal nos grandes desafios da empresa. Segundo artigo publicado por Satoru Nihei no Nikkei Asian Review, Toyoda teria afirmado: “Eu vou participar (trabalhando na linha de produção) se necessário”, em uma conversa com os trabalhadores da empresa.
Todos os empregados da Toyota tinham que trabalhar no mínimo um ano nas linhas de produção, prazo agora estendido para dois. No Japão, costuma-se valorizar muito o “fazer” do que simplesmente a formulação de ideias, e estas experiências nas fábricas são consideradas importantes para a organização, para se absorver as dificuldades que podem ser encontradas.
Atualmente, a Toyota conta com uma boa aceitação dos seus modelos Prius e Lexus que são inovadores e híbridos, movidos à gasolina e eletricidade, inclusive para a exportação do Japão. O aumento de sua produção é uma das prioridades da empresa para atender a demanda existente. No futuro, cogita-se dos modelos que possam trafegar sem os motoristas, demonstrando um ajustamento à sustentabilidade e as inovações. Também os usos de outros combustíveis, como o hidrogênio, também parecem estar sendo cogitados.
Suas dificuldades, segundo o artigo, estão na plataforma IMV destinada à produção de veículos para atender os mercados emergentes, que fabricam diversos modelos simultaneamente. Além destes mercados terem uma retração maior, eles apresentam fortes mudanças, e a empresa precisa contar com flexibilidade para atender de forma eficiente às mudanças das preferências dos mercados.
Com o mercado mundial de automóveis em retração sempre é difícil manter a rentabilidade da empresa, e as ações da empresa sofreram quedas diante da desconfiança dos investidores sobre a possibilidade dela conseguir manter a rentabilidade. A Toyota procura demonstrar que está apta para tanto, o que precisa ser provada no seu funcionamento, dentro de um cenário mundial adverso.
Comparando com o passado, pode-se afirmar que, sob o comando de Akio Toyoda, a empresa passou a absorver contribuições de outras organizações, quando no passado restringiam-se às tecnologias desenvolvidas dentro da mesma. Informações da imprensa mostram que inovações de outras empresas estão sendo aproveitadas pela Toyota.
A Toyota também se restringia aos modelos médios e de luxo, e agora se curva à realidade do mercado mundial para atender também os consumidores emergentes, que necessitam de veículos mais simples e de baixo custo. Mas este segmento não é o forte da Toyota. Para os observadores de fora da organização, notam-se alguns espaços que poderiam ser mais bem aproveitados, ajustando-se às características de cada mercado, notadamente dos países emergentes, mesmo sabendo-se que o seu foco continuará com grandes mercados dos países desenvolvidos.
Parece evidente que na nova economia, com bruscas mudanças e flutuações, há necessidade de maior flexibilidade com a delegação do poder para decisões dos administradores locais, ainda que a Toyota tenha uma longa tradição de um comando centralizado no Japão.
O senhor disse: “A Toyota também se restringia aos modelos médios e de luxo, e agora se curva à realidade do mercado mundial para atender também os consumidores emergentes, que necessitam de veículos mais simples e de baixo custo. Mas este segmento não é o forte da Toyota.”
A meu ver, a subsidiária Daihatsu (grupo Toyota) tem condições de desenvolver carros para os mercados emergentes. Aliás, japoneses são bons para criar produtos…
Caro José Pacheco Lira,
Obrigado pelo comentário. Exatamente porque a Toyota ela própria não é competitiva neste veículos modestos é que absorve\u outras para atuarem nestes mercados. Conversei com altos dirigentes deles sobre as necessidades brasileiras como de mercados asiáticos emergentes e eles achavam que os chineses e indianos estavam mais competitivos nestas áreas.
Paulo Yokota
Por anos, a Toyota limitou-se a produzir, no Brasil, o Bandeirante – carro do desenho “Os Flintstones” – , apesar de toda a sua tecnologia. Por aqui, em 2015, só vendeu 175 mil automóveis. Nos EUA, no ano passado, atingiu a marca de quase 2,5 milhões de carros!!! A montadora japonesa sempre menosprezou o Brasil.
Caro Nélio Silva,
Obrigado pelo seu comentário. Discuti o assunto com o Presidente mundial da Toyota e ele colocou-me de volta a questão: na ocasião tinha a opção de colocar uma fábrica na Austrália ou outra nos Estados Unidos e perguntou-se qual seria a minha recomendação. As dimensões destes mercados são maiores que a do Brasil. Eles só consideram que é uma unidade econômica quando uma fábrica produz 400 mil veículos, no mínimo. Lamentavelmente eles se atrasaram no Brasil.
Paulo Yokota
Dr. Yokota:
Uma montadora que projeta carros FANTÁSTICOS como o Lexus LFA, o Prius, o Mirai etc., com certeza, saberá desenvolver automóveis mais simples. Quem faz o mais, pode fazer o menos.
Paulo, aliás, a Toyota, a Honda e a Nissan são líderes em depósitos de patentes:
http://www.automotivebusiness.com.br/noticia/23118/toyota-honda-e-nissan-lideram-patentes-entre-as-montadoras
Caro Carlos Silva,
Obrigado pelo seu comentário. Infelizmente nem sempre os que produzem produtos de tecnologias avançadas são eficientes em produtos simples, que se baseiam na quantidade. Tanto que as grandes empresas automobilísticas japonesas adquiriram outras que estavam atuando em faixas diferentes para serem suas subsidiárias, para estarem presentes também nos carros populares.
Paulo Yokota
Uma forma da Toyota ter sucesso em carros populares seria fazer uma boa pesquisa nos veículos populares das concorrentes e identificar pontos negativos e positivos.
Os negativos os corrigindo e positivos melhorando.
Caro Cleber de Souza,
Se a Toyota chegou onde está agora é porque vem fazendo mais do que foi sugerido. Acho que as propostas devem ser mais profundas.
Paulo Yokota
ADQUIRI MEU SEGUNDO LEXUS, O MENOR DELES, HYDROX, E TEM SIDO UM CARRO EXCELENTE EM TODOS OS SENTIDOS. GOSTEI DO CARRO IMENSAMENTE.
Caro Lyoji Okada,
Parabéns. Para quem pode pagar por eles, certamente deve ser um bom negócio.
Paulo Yokota