As Disputas Políticas Pelo Mundo
2 de maio de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia e Política, Editoriais e Notícias | Tags: as disputas nos grandes países, consequências econômicas, o caso da China
Os japoneses estão próximos dos chineses e são seus parceiros mais importantes. Nada mais natural que seu agudo interesse na evolução política naquele país, pelas suas consequências econômicas.
Foto do presidente Xi Jinping e do primeiro-ministro Li Keqiang publicada no artigo do Nikkei Asian Review, expressando o aprofundamento dos seus desentendimentos
Num país como a China, segunda economia no mundo, que conta com um regime político fechado, os lances do jogo político são sutis, mas começam a dar indícios de que se caminha para alguns confrontos, como o descrito num artigo de Katsuji Nakazawa, publicado no Nikkei Asian Review no seu site, com o título “Xi Jinping vs. Li Keqiang”, de forma muito explicita. Sua economia enfrenta os problemas de uma desaceleração do crescimento econômico que precisam de ajustes importantes. Este longo artigo com muitos detalhes dão os sinais deste embate que precisa ser acompanhado por todos os analistas, dadas às consequências que extravasam a China.
Nos Estados Unidos, país líder da economia mundial que não caminha de forma brilhante como todos gostariam, a campanha eleitoral presidencial segue para a definição dos postulantes democratas com Hillary Clinton e republicanos com Donald Trump, ainda que nenhum deles conte com a aprovação da maioria da população norte-americana. E no Japão, a terceira economia do mundo, o primeiro-ministro Shinzo Abe conta com crescente número de descontentes.
Nada mais natural que no Brasil os encaminhamentos posteriores ao possível impeachment da presidente Dilma Rousseff apresentem dificuldades de toda ordem, sem que importantes segmentos da sociedade brasileira se conformem com os ajustes de suas demandas às parcas disponibilidades dos recursos. Os preliminares são assustadores diante da falta de reconhecimento das limitações, como se a simples mudança de comando fosse um passe de mágica que provocaria rápida mudança das expectativas, a ponto de proporcionar condições para a recuperação da economia.
Mas, para continuar vivos, os seres humanos necessitam encontrar fatos que permitam manter o seu otimismo, esperando que neste quadro mundial haja espaços para a melhoria, fazendo com que os políticos tenham um pouco mais de visão de estadistas, pensando mais no seu país do que nas conveniências pessoais ou dos seus grupos. Que o novo governo brasileiro não se engalfinhe na disputa de grupos que pretendem assegurar o poder nas próximas eleições.