O Brasil Poderia Aproveitar o Mercado Mundial de Cereais
13 de julho de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: alternativa eficiente para a economia brasileira, as dificuldades climáticas, estimativas norte-americanas, necessidades de pesquisas
As matérias publicadas no setor de Agronegócios do Valor Econômico estão mostrando um cenário internacional favorável para estas atividades, em parte decorrente das dificuldades climáticas.
Publicação do Ministério da Agricultura
Dois artigos, em especial, chamam a atenção dos eleitores. Um, elaborado por Fernando Lopes, Mariana Caetano, Fernanda Pressinott e Clayton Vilarino, que leva o título “USDA e dólar determinam alta dos grãos em Chicago”, incluindo uma tabela com os principais dados relacionados com o trigo, milho e soja nos triênios das safras 2014/15, 2015/16 e 2016/2017, elaborados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, informando que os contratos futuros de soja registraram valorização de 2,3%.
Outro, de Fernando Lopes, com o título “Valor da produção agropecuária supera R$ 514 bilhões”, trazendo também uma tabela desde 2007 e a estimativa de 2016 para os principais produtos agropecuários do Brasil. Inclui também para os principais produtos em 2014, 2015 e projeção para 2016, bem como a divisão das grandes regiões do país, separando o que é da lavoura e da pecuária.
Todos sabem que na difícil situação à qual se encontra a economia brasileira no momento, o que a veio sustentando é o setor dos agronegócios, cuja produção, superando as limitações da infraestrutura, está sendo exportada em volumes crescentes. Com as dificuldades climáticas, apesar dos esforços da EMBRAPA, seria desejável o desenvolvimento de pesquisas como as que estão sendo feitas nas Filipinas para o desenvolvimento das variedades de arroz também para os produtos importantes no Brasil.
Se existe um setor no Brasil que vem proporcionando retornos importantes, este é o da agropecuária, mas seria indispensável a continuidade das prioridades no atual período de forte contenção. Estes retornos são mais rápidos, contribuindo também para a multiplicação dos empregos e redução das pressões inflacionárias.
Todos precisam fazer sacrifícios, mas os ajustamentos dos salários do setor público acabam dando impressões desfavoráveis que acabam se chocando com os discursos do presidente interino Michel Temer. O que o setor privado pode fazer já está sendo feito, pois os retornos são elevados, mas também os riscos são altos.
Governar é sempre escolher entre alternativas possíveis e parece claro que o setor rural é o que apresenta melhores perspectivas no Brasil, com o cenário estimulador dos mercados internacionais.