Avanços Sociais no Brasil Apesar de Suas Dificuldades

19 de agosto de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: ainda de forma pouco organizada o Brasil continua melhorando nestes aspectos sociais, avanços sociais, universitários de famílias modestas | 2 Comentários »

Mesmo com todas as dificuldades econômicas e políticas do Brasil, há indicadores sociais mostrando que o país continua melhorando as possibilidades de ascensão social, tanto pelo acesso ao nível universitário como por um conjunto de indicadores sociais.

Tabela publicada no artigo do Valor Econômico

Um artigo de Rodrigo Carro no Valor Econômico informa que o Brasil, apesar de sua profunda crise econômica e política, ainda mantém um avanço social apurado por um índice internacional de progresso social baseado em 53 indicadores publicados pela revista Global Finance Magazine, como explicado pelo economista Michael Green.

Embora o Brasil medido por PIB per capita seja a 79ª nação do mundo, figura por este índice em 46º lugar na lista de 133 países, estando bem melhor que os países componentes do BRICS – Rússia, Índia, China e África do Sul. Os Estados Unidos, que é considerado um dos países mais ricos do mundo, figura nesta lista em 19º lugar, levando Michael Green a publicar um artigo no Harvard Business Review com o título (livre tradução) “Por que os americanos estão tão irritados apesar da economia americana estar forte”.

Segundo ele, o candidato Donald Trump estaria explorando esta insatisfação dos norte-americanos. No Brasil, apesar dos pesares, haveria um elevado nível de tolerância e inclusão social. As dificuldades estariam na insegurança para a população. Segundo ele, mesmo com todos os problemas a Olimpíada ajudaria nestes aspectos sociais, representando algo relacionado com a melhoria da cultura.

Tanto no mesmo Valor Econômico como no O Estado de S.Paulo publicou-se artigos relacionados com os dados divulgados pela ANDIFES – Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, informando que dois em três alunos universitários federais seriam provenientes das famílias da classe D e E. No Brasil como um todo, em 2010, 40,66% dos graduados teriam renda familiar de até três salários mínimos, tendo aumentado para 50,43% em 2014.

Mesmo para os que estão procurando sempre dados positivos como estas fortes mobilidades sociais, estes dados são impressionantes. É possível que quem possui maior poder de vocalização de suas contrariedades, os mais privilegiados insatisfeitos com estas mudanças que continuam ocorrendo, podem estar agigantando as contrariedades com o Brasil atual. O que mais parece contrastar é que no mundo se registra um sensível movimento contrário com a piora na distribuição da renda e da riqueza, o que estaria sendo minimizada por esta formidável mudança nos aspectos sociais.

Estes dados podem resultar, nas próximas eleições, em posições que não estariam sendo aguardadas pelos que procuram manter sua situação privilegiada.