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Dificuldades Estratégicas da Política

15 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: atirando em cachorros mortos podem provocar efeitos contrários, o papel da imprensa, riscos de visões limitadas do MPF | 10 Comentários »

clip_image002Muitos analistas imaginavam que o PT e Lula da Silva estavam tendendo a ficar com suas importâncias limitadas ao cenário político brasileiro. Mas os exageros do Ministério Público Federal e da imprensa podem provocar uma reação na opinião pública contrária ao que era esperado, transformando algumas figuras em vítimas.

Procurador Deltan Dallagnol, que deveria se concentrar somente em dois casos restritos, acabou colocando Lula da Silva como o comandante máximo de propinocracia na sua longa apresentação à imprensa em Curitiba, conforme foto publicada no artigo da Folha de S.Paulo

Quando a Folha de S.Paulo e o Estado de S.Paulo publicam com grande destaque na primeira página a foto acima e o Valor Econômico publica um artigo de uma página sobre o mesmo assunto, pode ser que consigam efeitos contrários aos esperados na opinião pública. Lula da Silva, que aparentava ser um cachorro morto do ponto de vista político, arrastando consigo o PT, pode conseguir uma reação contrária da população mantendo-os no cenário político brasileiro com uma importância maior do que se esperava, com a impressão para muitos que são vitimas dos que os incriminam.

O procurador Deltan Dallagnol afirma que o Ministério Público Federal dispõe de um conjunto amplo de provas contra Lula da Silva, que não foi apresentado à imprensa, esperando-se que o juiz Sergio Moro indicie Lula da Silva e outros por crimes que lhe estão sendo imputados, cujas investigações deverão continuar, pois ainda não estão consolidadas. O exagero na divulgação, visando convencer a opinião pública da correção das ações do Ministério Público, acaba dando a impressão de um movimento organizado contra o ex-presidente e o seu partido, sem que decisões estejam sendo tomadas com base em provas concretas que devem existir, mas que não decorreram somente de duvidosas delações premiadas.

Depois do impeachment da Dilma Rousseff, era de se esperar que o cenário político brasileiro tivesse, com a aprovação do Supremo Tribunal Federal, virado uma página de sua recente história. Mas muitos procuradores ligados à Lava Jato, na sua ânsia de marcarem que todos estão sujeitos ao que interpretam como a legislação vigente, não parece ter uma visão pragmática do processo político. Começam a se questionar decisões de juízes como posicionamento de procuradores, que também são humanos.

O elevado número de aspectos envolvidos, sendo muitos decorrentes de delações premiadas obtidas com longas prisões constrangedoras de réus confessos, acaba dando margem a demorados processos de defesa que demandam muito tempo para chegarem às decisões finais nas instâncias superiores. Ainda que sejam abundantes os indícios de gigantescas irregularidades, nem sempre fica claro se as provas foram obtidas sem nenhum constrangimento.

Os processos são inúmeros e complexos envolvendo variados interesses de autoridades como de empresários, sempre com relações políticas expressivas, que são partidárias. Muitos aspectos acabam sendo emocionais e não parecem ser as formas mais racionais de decisão, até com visíveis mudanças nas interpretações das leis. Não parece conveniente que os fins justifiquem os meios, sendo desejável que haja mais sobriedade nas decisões.

No Supremo Tribunal do Japão, as considerações morais possuem um elevado peso e, quando não se dispõe de regras claras nas legislações, costuma se socorrer do Código de Honra dos Samurais. Parece que passamos por um período em que estes aspectos morais poderiam ser mais relevantes também no Brasil.


10 Comentários para “Dificuldades Estratégicas da Política”

  1. Simone Aparecida
    1  escreveu às 14:21 em 16 de setembro de 2016:

    Senhor, acho que o Lula e a Dilma são pessoas honestas, mas que foram traídas por péssimos “companheiros”. Fizeram muito pelos negros, pobres, homossexuais, nordestinos, mulheres etc. A Globo, a Band, os brancos, os ricos, os amarelos etc, não querem Lula, mais uma vez, como chefe desta espetacular nação.

  2. Paulo Yokota
    2  escreveu às 17:07 em 16 de setembro de 2016:

    Cara Simone Aparecida,

    Obrigado pelo comentário. Respeitamos todas as opiniões.

    Paulo Yokota

  3. Vilma Ramos da Silva
    3  escreveu às 18:33 em 16 de setembro de 2016:

    Os golpistas devem pedir desculpas aos políticos Lula e Dilma.

  4. Paulo Yokota
    4  escreveu às 18:43 em 16 de setembro de 2016:

    Cara Vilma Ramos da Silva,

    Obrigado pelo seu comentário. Respeitamos todas as opiniões.

    Paulo Yokota

  5. Renan Rossi
    5  escreveu às 20:59 em 17 de setembro de 2016:

    Lula é vítima de perseguição política.

  6. Paulo Yokota
    6  escreveu às 21:32 em 17 de setembro de 2016:

    Caro Renan Rossi,

    Obrigado pelo comentário. Respeitamos todas as opiniões.

    Paulo Yokota

  7. Celso Santos
    7  escreveu às 07:25 em 18 de setembro de 2016:

    YOKOTA, existem pessoas que se incomodam ao observar negros nas universidades, mulheres no STF e na presidência, pobres com mesa farta, sem teto e sem terra com casa e terra para trabalhar etc. Daí o senhor pode notar que Lula e Dilma são tão discriminados.

  8. Paulo Yokota
    8  escreveu às 10:50 em 19 de setembro de 2016:

    Caro Celso Santos,

    Obrigado pelos comentários. Aceitamos todas as opiniões. Eu conheço razoavelmente muitas partes do mundo, e acredito que no Brasil ainda que também haja um pouco de discriminação ela é menos acentuada comparada com a de outros países.

    Paulo Yokota

  9. Igor Arruda
    9  escreveu às 15:14 em 18 de setembro de 2016:

    Lula e Dilma são guerreiros da grande nação brasileira.

  10. Paulo Yokota
    10  escreveu às 10:46 em 19 de setembro de 2016:

    Caro Igor Arruda.

    Obrigado por seus comentários. Admitimos todas as opiniões.

    Paulo Yokota