Melhor Aproveitamento da Rica Amazônia
22 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: ampliação do conhecimento da Amazônia, entendimentos internacionais, propostas para uma inflexão no aproveitamento das potencialidades da região | 2 Comentários »
Todos os brasileiros estão conscientes que existe uma rica biodiversidade na Amazônia, que está em risco com o atual inadequado aproveitamento desta imensa floresta, havendo necessidade de ampliação do seu conhecimento e formulação de uma política para o seu melhor uso, que beneficiaria o Brasil e o planeta.
Possibilidade de mudança da exploração da Amazônia, aproveitando melhor a sua biodiversidade
O imenso Brasil, com todos os seus graves problemas, não permite que nem os mais interessados nas soluções dos mesmos acompanhem todos os esforços efetuados nas diversas frentes de ampliação do seu conhecimento, que não são poucos. Tudo indica que, nas últimas décadas, as autoridades brasileiras estabeleceram com os grandes centros do exterior interessados nestes problemas um trabalho conjunto, pois muitos deles também afetam todo o planeta, com destaque em especial para o Reino Unido e os países escandinavos.
Desmatamentos criminosos continuam ocorrendo, ainda que estejam se reduzindo
Os problemas que afetam a Amazônia são muitos, desde a redução de suas florestas para aproveitamentos agropecuários precários e explorações das madeiras até os incêndios naturais e criminosos, bem como as secas recentes e a perda de parte das suas biodiversidades que poderiam oferecer oportunidades para iniciativas para reverter às tendências de sua deterioração, que se acredita afetam o clima de todo o planeta. Um grupo de cientistas brasileiros, num trabalho conjunto com especialistas do Reino Unido, vem efetuando levantamentos cuidadosos da evolução que estaria ocorrendo na tentativa de encontrar formas para reverter a presente situação, com o que chamam de Quarta Revolução Industrial, visando o melhor aproveitamento da biodiversidade existente na região.
Um trabalho recente de uma grande equipe, encabeçada por Carlos A. Nobre, composta por pesquisadores de diversas instituições brasileiras, foi publicado na revista científica PNAS com importante conjunto de levantamentos, chegando a sugerir um plano para a reversão da atual tendência que levaria a uma savanização, visando um desenvolvimento sustentável usando a biodiversidade da região.
Os cientistas revelam grande confiança que, com tecnologias avançadas, haveria como aproveitar toda a biodiversidade, citando que já existem indícios de suas possibilidades. O babaçu, o cupuaçu e a castanha do Brasil já teriam impactado as economias locais. O açaí já teria mercado nacional e até internacional. O jambú teria potencialidades para medicamentos contando com patentes. Outras potencialidades seriam os óleos essenciais como o da pau-rosa, nhanduroba e copaíba. O bacuri para sorvetes e sucos, o ucuuba, o murumuru e muitos outros. Não citaram o guaraná. O problema parece ser o da existência de empresas que se dediquem às suas explorações, onde a Natura figura atualmente como uma exceção.
A equipe sugere limites com base nos seus conhecimentos de estudos existentes, que não consegui identificar de onde se originaram, na qual um aquecimento global de 4º C seria um limite, bem como 40% de toda a área desmatada para a floresta Amazônica. Em qualquer hipótese parece que muitos levantamentos sérios estão sendo acumulados, como providências práticas para identificação de pontos de incêndio, que minimizem as dificuldades pelos quais estamos passando.
Seria interessante que todos os brasileiros preocupados com estes assuntos examinem com profundidade os estudos já acumulados como as sugestões para a reversão do quadro, que pode apresentar as mais variadas alternativas. Eu, como fui responsável por alguns programas governamentais na Amazônia e presidente do INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária por muitos anos no passado distante, tento acompanhar o que está ocorrendo hoje naquela região do Brasil com especial interesse.
Dr Yokota
A tão falada Amazônia, recentemente tive oportunidade de conhecer Manaus a serviço .
O pouco que conheci foi uma grande decepção, principalmente dentro da zona industrial.
Ruas todas cheias de buracos, parece cidade fantasma. E ao redor também.
E acompanhando estrangeiro, creio que a impressão não foi boa.
Esperava encontrar uma cidade que inspirasse essa riqueza de biodiversidade.
O que falta para esse pais do futuro, que ouço desde criança ???
Caro Yoshio Hiraa,
Obrigado pelo comentário. Manaus já teve altos e baixos, mas para conhecer a Amazônia que é muito ampla, só Manaus não é suficiente. Estamos adquirindo consciência que a biodiversidade amazônica pode ser melhor aproveitada, mas é um trabalho que demanda muito tempo e persistência.
Paulo Yokota