Visão Japonesa do Encerramento da Paralímpiada Rio 2016
20 de setembro de 2016
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: preparando-se para realizar em Tóquio 2020, presença da governadora Yuriko Koike, publicação no The Japan Times | 24 Comentários »
A participação japonesa na Paralímpiada Rio 2016 foi modesta, apesar de estar se preparando para Tóquio 2020. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, esteve presente nos encerramentos da Olimpíada como da Paralímpiada Rio 2016.
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, recebe a bandeira da Paraolímpica para Tóquio 2020 no encerramento do Rio 2016, na foto publicada no The Japan Times
Um artigo no The Japan Times, com base nos despachos das agências japonesas Gere e Kyoto, foi publicado referindo-se ao encerramento da Paralímpiada Rio 2016. A governadora também esteve no encerramento da Olimpíada Rio 2016, quando vestia um quimono que ficou encharcado com a chuva, mas desta vez tomou o cuidado de estar com uma capa para a sua proteção.
Já noticiamos neste site os desafios que serão a Olimpíada e a Paralimpíada Tokyo 2020, pois esta metrópole, apesar do seu desenvolvimento, não está preparada para receber tantos cadeirantes, principalmente os estrangeiros, tanto atletas como turistas. Do ponto de vista esportivo, o Japão ficou somente com 10 medalhas de prata e 14 de bronze na Paralimpíada Rio 2016, nenhuma de ouro, ficando em 64º lugar entre os países participantes. Em Londres, os japoneses obtiveram apenas com oito medalhas no total, considerando que conseguiram um avanço modesto e estão conscientes de que precisam melhorar sensivelmente para 2020.
Algumas razões são apontadas pelos analistas sobre esta modesta participação. De um lado, os atletas que sofreram desastres automobilísticos no Japão são poucos, mas parece ser mais grave a questão cultural japonesa que enfatiza exageradamente os seres humanos normais, esquecendo-se dos que são diferentes, tanto do ponto de vista étnico como físico. 2020 será uma grande oportunidade para o início da mudança desta cultura.
O presidente do Japan Paralympic Games, Mitsunori Torihara, parece consciente deste desafio, declarando que precisam tomar medidas para obter melhores resultados, o que só poderá ser conseguido com muito tempo. Normalmente, nas escolas primárias japonesas existem dependências para a prática de esportes que são cuidadas voluntariamente pelos pais dos alunos, mas não parece existir uma preocupação especial com os jovens que contam com limitações.
Todos constatam que Tóquio não apresenta as mesmas disponibilidades de espaços como o Rio de Janeiro para instalação de todas as dependências desejáveis para estes tipos de jogos internacionais. Nem que os japoneses sejam tão festeiros e alegres como os brasileiros, apesar dos níveis mais elevados de desenvolvimento econômico. Eles estudaram com detalhes tudo que foi feito no Rio de Janeiro e certamente o Brasil exportará uma parte de sua experiência.
Caro Paulo, acredito que o baixo número de cadeirantes japoneses não se dá por conta do baixo número de acidentes com automóveis. Um país que é dependente de trens, deve ter uma boa cota de acidentados, e , fora isso, deve-se considerar os que já nasceram com alguma deficiência. Mais provável é que aqueles que precisam de atenção especial, vivam escondidos. As grandes cidades japonesas não são ‘adaptadas’ como vemos em outras capitais da europa. O caso das multi-estações, por exemplo. Em várias não existe elevador, sequer escada rolante, são lances e mais lances de degraus. Os jogos de 2020 serão uma oportunidade para o Japão começar uma mudança significativa de sua sociedade.
Caro Carlos Abreu,
Agradeço pelos seus comentários. Estou solicitando aos meus amigos japoneses dados estatísticos sobre o assunto no Japão. Mas, tenho a desconfiança que fatores culturais estão provocando desvios como sugeridos e como tenho postado. Só não entendi sua interpretação de que uso de trens provoque mais acidentados.
Paulo Yokota
O Brasil deu uma “goleada” no Japão nas paralímpiadas. Nas olimpíadas, só não fomos melhores, pois o Japão investiu mais dinheiro. Nossa verba, como de costume, foi muito pequena e nós sempre nos superamos. De todo modo, os japoneses não farão jamais festa com o nosso calor humano.
Geralmente em países com uma grande malha ferroviária, como é o caso da India, por exemplo, o número de amputados em virtude de acidentes em linhas de trem é grande, e estes casos se dão na juventude, ou por acidente (cair do trem) ou por brincar em passagens de trem. Tem um vídeo japonês na internet, com adolescentes apostando corrida de bike em um tunel, e o trem está perto…
Quando puder exibir os dados, gostaríamos de ver. Obrigado.
Caro Carlos Abreu,
Obrigado pelo seu comentário, mas estávamos falando do Japão.
Paulo Yokota
Caro Carlos Abreu,
Estávamos tratando não da Índia, mas do Japão.
Paulo Yokota
Esse blog é prova da síndrome de vira lata do brasileiro. O blogueiro só fala bem dos japonezes, chineses, etc.
Caro Jonas Silva,
Possivelmente V. não notou que o objetivo específico deste site é o intercâmbio dos conhecimentos sobre a Ásia, que são limitados no Ocidente.
Paulo Yokota
Eu também Paulo, usei a India como exemplo de um país que, como o Japão, possui uma extensa malha ferroviária e que o trem faz parte do cotidiano das pessoas.
Caro Carlos Abreu,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota
Caro Carlos Abreu,
Pelo que conheço dos dois países, Índia e Japão, acredito que mesmo com uma extensa rede ferroviária existem diferenças fundamentais. Os trens da índia são precários e estão procurando melhorar até com a cooperação dos japoneses que possuem um sistema sofisticado, de boa qualidade, inclusive com muitos Shinkansen e até construindo um novo sistema de trem que levita, desenvolve uma elevada velocidade e não apresenta trepidações. Alias, os chineses já possuem um de curto trajeto que vai do Aeroporto ao centro de Shanghai, com tecnologia alemã que já utilizei.
Paulo Yokota
Doutor Paulo Yokota:
Não vale a pena perder o seu tempo com o leitor Jonas Silva que, aliás, escreveu “japonezes” (com z). O blog é maravilhoso!
PAULO, devo concordar com o OLAVO ALVES. Uma total falta de respeito a declaração do JONAS SILVA que é, com certeza, um ignorante. Aliás, o Congresso Nacional é o retrato do povo brasileiro. Daí não me surpreende as palavras do JONAS SILVA… Renan Calheiros, Collor, Tiririca etc. agradecem
Caro Ricardo Alexandre de Souza Neto,
Obrigado pelo seu comentário. Existem muitas opiniões divergentes, o que é uma qualidade da democracia.
Paulo Yokota
O Brasil não deveria sediar Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Logo, logo surgirão notícias de superfaturamento etc.
Caro Jailton,
Obrigado pelo seu comentário. Respeitamos todas as opiniões.
Paulo Yokota
Copa do Mundo e Jogos Olímpicos são jogar dinheiro fora! Quero hospitais, escolas, universidades, segurança etc.
Cara Luiza Miranda da Rocha,
Obrigado pela sua opinião que respeitamos. Mas, muitos países no mundo aspiram promover estes eventos que têm seus méritos.
Paulo Yokota
Caro Paulo, sou leitor assíduo do site mas achei uma passagem do texto deste artigo notavelmente preconceituosa: “De um lado, os atletas que sofreram desastres automobilísticos no Japão são poucos, mas parece ser mais grave a questão cultural japonesa que enfatiza exageradamente os seres humanos normais, esquecendo-se dos que são diferentes, tanto do ponto de vista étnico como físico.”
Acredito que a expressão “seres humanos normais” foi um equívoco considerando a intenção da mensagem. Mesmo assim, é preciso atenção ao usar estes termos.
Abraços.
Caro Lucas Vitor,
Obrigado pelo comentário. Conversei sobre o assunto com meus amigos no Japão, e eles também estão preocupados, procurando iniciar uma mudança na sua cultura à respeito, coisa que leva tempo para se generalizar.
Paulo Yokota
O Japão foi um FIASCO nos Jogos Paralímpicos do RJ.
Caro Josué de Souza Brito,
Obrigado pelo comentário.
Paulo Yokota
O Brasil mostrou para os gringos como se organiza uma grande festa! Somos os melhores! Os japoneses devem estar nervosos,pois sabem que não farão melhor!
Caro Ítalo,
Obrigado pelo comentário, mas não devemos exagerar. Muitos no exterior são bons em muitas atividades, inclusive em países emergentes.
Paulo Yokota